sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Nome dos Katas de iaidô


Instituído no ano de 1968 pela FJK (Federação Japonesa de Kendô), com demonstração pública no Kyoto Taikai, e atualmente regulamentado em âmbito internacional pela FIK, o Seitei Iai é um conjunto de Katas estabelecido para a prática do Iai. Em sua origem era composto por sete Katas, posteriormente foram adicionados mais três Katas (1980) e em 2000 foram acrescentados mais dois Katas.


Katas
Ippon Me(一本目)Mae(前)
Nihon Me(二本目)Ushiro(後ろ)
Sanbon Me(三本目)Uke Nagashi(受け流し)
Yonhon Me(四本目)Tsuka Ate(柄当て)
Gohon Me(五本目)Kesa Guiri(袈裟切り)
Roppon Me(六本目)Moro Te Zuki(諸手突き)
Nanahon Me(七本目)San Boo Guiri(三方切り)
Hatihon Me(八本目)Gan Men Ate(顔面当て)
Kyuuhon Me(九本目)Soete Zuki(添え手突き)
Jyuppon Me(十本目)Shi Hoo Guiri(四方切り)
Jyu Ippon Me(十一本目)Soo Guiri(総切り)
Jyu Nihon Me(十二本目)Nuki Uti(抜き打ち)



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Um pouco sobre Iaidô


O Iaidô tem as mesmas raízes do Kendô, com a peculiar diferença de que sua ‘origem’ é atribuída a uma pessoa, Hayashizaki Jinsuke Minamoto no Shigenobu, nascido em 1549.

Resumidamente, diz a história [1] que, antes de completar 20 anos, Hayashizaki teve seu pai morto em duelo, e que para  preparar-se para vingá-lo, retirou-se por 100 dias no templo shintoísta Hayashizaki (origem de seu nome), e que neste local recebeu a inspiração para a criação de uma técnica de manejo de espada (katana), Hayashizaki-Ryu, que é considerada a origem do Iaidô.

De forma bem simplificada, pode-se dizer que a prática do Iaidô é composta por uma série de movimentos com a espada onde o praticante enfrenta inimigos imaginários, em diferentes situações de combate.

Filosoficamente, o objetivo do Iaidô, da mesma forma que o do Kendô, é moldar mente, corpo e espírito por meio do treinamento correto no manejo da espada.

Ao longo dos séculos, foram criadas inúmeras escolas de Iaidô. Os dois troncos principais são chamados: Muso Shinden Ryu e Muso Jikiden Eishin Ryu.

Atualmente, a forma básica do Iaidô, Seitei-Iai, estabelecida pela All Japan Kendo Federation – AJK, é composta por 12 movimentos, padronizados para efeito de exames de graduação.

Os estilos das escolas tradicionais de Iaidô, genericamente denominas Ko-Ryu (estilos antigos) continuam sendo praticados juntamente com o Seitie-Iai.

A história do Iaidô no Brasil segue uma trajetória paralela à história do Kendô. Porém, a chegada de dois senseis do Japão no Brasil, primeiramente, Asahi Sensei, em meados da década de 1970, e posteriormente, Nakakura Sensei, é considerada um ‘marco’ do início da era moderna do Iaidô no Brasil.

Muitos dos Senseis de Iaidô contemporâneos, incluindo Tamaki Tadachi Sensei (atual presidente da Confederação Sul-americana de Kendo- CSK e fundador da Confederação Brasileira de Kendo - CBK) e Kimura Mitsuo Sensei (que praticou, com vigor invejável, tanto Iaidô quanto Kendô até falecer em Junho/2008, com mais de 90 anos), começaram a praticar Iaidô sob a orientação dos Senseis Asahi e Nakakura. Este último realizou o primeiro exame de graduação de Iaidô no Brasil.

Paralelamente, desde os primórdios da imigração japonesa, destacaram-se as práticas dos estilos Koryu, em particular, o Shinto Ryu Iaido e Iai Battojutsu, representadas principalmente na figura do Sensei Masatoshi Mitsugui Yoshimatsu.

Mais recentemente, dois eventos contribuíram para a expansão do Iaidô no Brasil.

O primeiro foi o início das visitas anuais, organizadas pela CBK (a partir do final da década de 1990) de senseis japoneses ao Brasil, destacando-se entre eles, Ito Tomoharu Sensei, 8º Dan Kyoshi de Kendô e Iaidô, que desde então já esteve no Brasil diversas vezes, para ministrar treinamentos e participar de bancas examinadoras.

O segundo foi a chegada, em 2003, de outro sensei japonês, Tsutsumi Toshihiko, 6º Dan de Iaidô e 5º Dan de Kendô. Tsutsumi Sensei é tido como o mais jovem praticante a ter recebido essa graduação (6º Dan de Iaidô  com 35 anos de idade). Foi aluno de um dos três últimos 9º Dan. Seu Sensei foi aluno direto de Nakayama Hakudo Sensei(1873-1958), fundador do estilo Shinden Ryu Iai.

Atualmente, o Iaidô é praticado por centenas de Iaidokas no Brasil todo, em academias que oferecem treinos regulares de Seitei Iaidô, seguindo as normas da FIK (Federação Internacional de Kendo), sob a supervisão da FPK (Federação Paulista de Kendo) e CBK.

O último exame de graduação de Iaidô realizado no Brasil ocorreu em julho de 2008, quando fizeram parte da banca examinadora os senseis: Tamaki Tadachi, Ito Tomoharu e Tsutsumi Toshihiko.


[1]. HABERSETZER, R., LOBO, J., SANTORO R. – Découvrir et Pratiquer le Iaidô – Paris/França, Editeur Amphora, 1996.

fonte:http://www.kendopiratininga.com.br

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O Kuji no in  ”A escola da palavra verdadeira”

O kuji no in é um prática exotérica da escola Mikkyo de budismo Shingon. Há nove sinais, e cada um deles tem um nome: 
- rin; 
- pyo; 
- to; 
- sho; 
- kai; 
- jin; 
- retsu; 
- zai; 
- zen.
Eles compõem o kuji no in. Depois de dominar esses nove e unificar o corpo e a mente por meio da prática, você pode usar o que se chama de décima letra. Para tanto, você faz a espada-de-mão, inscrevendo nove linhas na palma da mão. Cada uma das linhas representa uma das nove letras, e, juntas, elas formam uma grelha. Quando pomos mais um caractere no centro da grelha, isso se chama ‘o método do décimo caractere’ ou ‘da décima letra.





Insere-se no centro da grelha uma décima letra, escolhida dentre um conjunto determinado de caracteres chineses. A décima letra é escolhida de acordo com as suas necessidades. Se você está atacando, ou está sendo atacado, ou não quer que o seu navio afunde no mar, ou quer curar uma doença, tem de inserir o caractere apropriado no centro da grelha.

Imagine, por exemplo, que você fosse fazer uma viagem de navio. Nesse caso, desenharia a grelha das nove letras e, no centro, inscreveria o caractere que significa ‘dragão’. Então, mesmo que o seu navio afundasse, você não se afogaria. Cortaria as letras rapidamente e faria uma invocação específica. A invocação o deixaria confiante de que, mesmo que o seu navio fosse a pique, você seria salvo.
Esse método da décima letra é necessário quando você se determina a fazer alguma coisa e precisa ter uma atitude firme e inabalável, ou seja, precisa ter fé na sua capacidade de conseguir. Nesse caso, você usa a inscrição das nove letras ou o caminho da décima letra para instilar essa atitude no seu espírito e na sua mente.

Ao determinar a estratégia marcial, é essencial que você tenha uma confiança inabalável na sua própria capacidade. Deve ter uma convicção capaz de romper qualquer barreira, transpor qualquer obstáculo. Para ilustrar esse ponto, temos a antiga história de um casal de namorados. A jovem foi atacada por um tigre assassino e ficou gravemente ferida. Por mais que o namorado tentasse curá-la, nada havia que ele pudesse fazer, e ela morreu. Fora morta pelo tigre; e, das profundezas do seu próprio sofrimento, o namorado determinou-se a vingar-se do tigre por ter matado a sua amada.
Tomou seu arco e suas flechas e, todos os dias, entrava nas matas em busca do tigre. Por fim, certo dia, viu a distância a forma de um tigre adormecido e percebeu de imediato que aquele era o tigre que matara sua namorada. Estirou o arco, mirou cuidadosamente e desferiu a flechada. A flecha perfurou profundamente o corpo do tigre e o jovem correu adiante para confirmar que ele estava morto. Quando chegou lá, porém, percebeu que sua flecha havia perfurado uma pedra listrada semelhante à forma de um tigre adormecido.
Depois disso, a reputaçâo do jovem no povoado em que vivia cresceu, pois todos começaram a comentar sobre o quanto ele era forte, capaz de perfurar uma pedra com uma flechada. Os outros queriam ver se ele seria capaz de fazê-lo de novo. Mas, por mais que ele tentasse, as flechas batiam na pedra e caíam. Percebeu ele que isso acontecia porque estava tentando sOmente cravar uma flecha numa pedra. Antes, quando pensara que a pedra era o tigre, a determinação de vingar sua amada possibilitara que ele perfurasse até mesmo uma pedra com sua flecha. Essa história deu origem ao ditado japonês: ‘Uma vontade forte pode furar uma pedra:’
O homem de estratégia tem de ter uma tal vontade forte, uma tal convicção inabalável, pois é nessa espécie de crença ou fé que uma força incrivelmenc te poderosa se manifesta. Sem esse tipo de convicção, até mesmo os mais nobres esforços se perdem.
Isso vale, evidentemente, não só para a estratégia marcial, mas para todos os aspectos da vida. A história do Japão nos fornece um outro exemplo. Na época das guerras entre os clãs Taira e Minamoto, no período da história do Japão em que a casta guerreira estava tomando forma, ocorreu, em 1184, a Batalha de Yashima. Nela, os guerreiros de Taira desafiaram os de Minamoto a tentar derrubar com uma flecha um leque que estava preso no alto do mastro de um de seus navios. Os guerreiros de Minamoto, que estavam em terra olhando para os navios, perceberam que seria extremamente difícil para qualquer homem atirar uma flecha a tão grande distância, quanto mais acertar o alvo, fixado no mastro balouçante de um navio em águas encapeladas.
Mesmo assim, um certo guerreiro chamado Nasu no Yoichi apresentouse e disse que tentaria derrubar o leque do alto do mastro. Incontinenti, entrou com seu cavalo nas águas rasas. Encaixando a flecha na corda do arco antes de puxá-lo, percebeu que seria muito difícil mirar o leque, que balouçava como o mar. Invocou então o nome da sua divindade tutelar, que era também a divindade tutelar do clã Minamoto: o grande bodhisattva Hachiman, em quem cria firmemente.
Fez um voto ao grande bodhisattva Hachiman, o deus da guerra, que, mesmo que morresse no dia seguinte, não se arrependeria de sua vida se fosse capaz de atingir o leque com sua flecha. Pediu então a Hachiman que acalmasse as ondas, de modo que o alvo não se mexesse tanto. Milagrosamente, naquele mesmo instante, o mar se acalmou; o guerreiro estirou o arco, desferiu a flechada e atingiu o alvo. Os guerreiros de ambos os exércitos aclamaram sua grande habilidade.
“Provavelmente, esse milagre é um símbolo. O acalmar das ondas simboliza a tranqüilização do seu próprio espírito, que ocorreu quando ele invocou sua divindade. Provavelmente, foi por ter acalmado seu próprio espírito que ele foi capaz de atingir o leque no ponto exato em que as hastes se encontram. É isso que quero dizer quando falo de fé ou convicção. Os guerreiros tinham de haver-se com situações especialmente difíceis.”

Os Usos dos Nove Sinais
Otake Sensei já explicou que o fundador da Katori Shinto Ryu, Choisai Sensei, incorporou o uso de técnicas esotéricas da tradição budista para aumentar a boa fortuna dos guerreiros. Para tanto, o guerreiro precisa executar a série de gestos de mão chamados kuji no in e selar o encantamento com um décimo movimento secreto. Esse sistema pode ser usado de várias maneiras benéficas por um praticante instruído.

Em toda parte, é natural que os seres humanos, quando começam a ter muitos problemas, procurem algo em que se apoiar, algo que aumente a sua capacidade de lidar com a situação. Para os guerreiros do Japão, esse algo foi proporcionado pelas doutrinas da escola budista dos encantamentos e domisticismo. Digo isso muito embora se pense comumente, hoje em dia, que as artes da guerra e da espada são em tudo idênticas às artes do Budismo meditativo, e muita gente diga que a espada e o Zen são a mesma coisa.

Porém, embora a essência do Zen seja a mesma essência de todo o Budismo, o Zen é uma forma que exige um período de treinamento extremamente longo. Esse treinamento consiste em ficar sentado de frente para uma parede branca. As únicas instruções do praticante são a de não pensar em nada, e, mais ainda, de não pensar em não pensar em nada. O domínio dessa prática leva décadas. É necessário um tempo enorme para penetrar no domínio do não-ego.

“A escola Mikkyo, por sua vez, oferece uma prática ou uma forma de atividade concreta por meio da qual a pessoa pode entrar nesse mesmo estado de auto-apagamento. Essa atividade é a prática da formação das ‘Nove Letras’ ou sinais de mão. O uso de uma técnica concreta como essa é muito mais rápido.”

Essas técnicas mágicas também podem ser usadas para curar os doentes. O paciente que procura Mestre Otake senta-se em silêncio enquanto o Mestre escreve encantamento”s sobre uma folha de papel. Ele desenha uma silhueta simples do corpo humano e, no lugar do desenho correspondente à parte do corpo que precisa de tratamento, as nove linhas entrecruzadas que representam o kuji no in. Acrescenta então o décimo sinal. O papel do desenho é dobrado em forma de leque e encaixado num gravetinho que serve de cabo.

Então, Mestre Otake coloca o leque sobre o altar da família e, de pé diante do altar, faz os nove sinais de mão. Pega o leque de papel e o passa sobre o paciente, depositando-o depois sobre o local da doença. No fim, o paciente tem de levar o leque até as margens de um rio, cravar na terra três varinhas de incenso acesas, atirar o leque na água e ir embora sem olhar para trás.

Esses ensinamentos do Fundador da Katori Shinto Ryu são úteis para todos os aspectos da vida:
Os principais guerreiros ocupavam-se do estudo de muitas coisas que envolviam práticas mágicas e as artes das fórmulas mágicas e encantamentos. Essa prática misteriosa inclui a arte da cura de doenças; métodos para entrar na fortificação ou castelo de um inimigo; e métodos de proteger o próprio castelo contra sítios ou ataques. Inclui, na verdade, um número incalculável de artes.

Essas artes são preservadas na Katori Shinto Ryu, onde, por exemplo, temos métodos para a remoção de objetos alojados no olho e meios para a cura de doenças. Essas práticas de cura são chamadas, no Japão, de te-ate. O nome implica o toque das mãos ou a imposição de mãos.
A mão pode ser usada para gerar energia. Nos tempos antigos, provavelmente tinha ainda mais poder do que tem hoje em dia. Tomemos o exemplo de uma criança que está com dor de estômago e se queixa disso para sua mãe. A mãe corre com o filho para o consultório médico, mas encontra-o fechado. Vai para vários lugares à procura de alguém que cuide da criança, mas não acha ninguém. Por compaixão, então, ela procura confortar o filho, tocando-o com suas próprias mãos.
De modo quase milagroso, a criança sente um grande alívio, ou mesmo sente a dor desaparecer por completo. Nesse caso, foi o amor da mãe que passou por suas mãos, confortou a criança e provocou o alívio. Às vezes, essa energia pode ser muito mais eficaz do que a de um estranho que por acaso é médico e diz: ‘Onde está doendo?’ ou ‘O que você está sentindo?’
É por isso que certas pessoas, quando sofrem, por exemplo, de uma inchação ou uma dor em algum lugar, podem aliviar-se ou mesmo curar-se completamente por meio do poder da lei budista. Elas fazem uso do seu próprio poder psicológico, ou seja, do poder de Deus. A eficácia desse poder depende da convicção ou da fé da pessoa.

Nestes últimos tempos, temos ouvido falar muito da psicocinese e dos poderes psicológicos ou ocultos. Para ativar esse tipo de poder, qualquer que seja o nome que se lhe dê, a pessoa tem de ter uma fé ou uma crença implícita na existência do poder e uma convicção da sua eficácia. A pessoa plenamente convicta de que esse método poderá curá-la será curada milagrosamente. Já vi isso acontecer inúmeras vezes. É por isso que penso que essas coisas não devem ser chamadas de ocultas, nem mesmo de milagrosas.

Aprendi por experiência que essas coisas misteriosas acontecem de fato.
Essa fé, essa convicção, pode operar milagres. Não estou me referindo aos casos de coincidência, nos quais uma pessoa pensa em algo e aquilo que ela pensou acontece. A convicção pode realmente produzir e manifestar milagres. É uma questão de fé. Hoje em dia, muitos acreditam em Deus ou no Buda. Não obstante, qualquer que seja a opinião dessas pessoas, esses eventos milagrosos realmente acontecem.”

No que diz respeito aos armamentos, eles são instrumentos de mau agouro. Não devem ser usados pelo homem do Tao. Isso porque as ações das armas terão a sua retribuição; espinheiros e abrolhos crescem nos locais onde exércitos estiveram aquartelados. As grandes guerras seguem-se inevitavelmente anos de escassez. O homem do Tao, quando está em casa, faz da esquerda o lugar de honra; e, quando usa armas, faz da direita o lugar de honra. Só usa as armas quando não pode evitá-lo e não se agrada de suas conquistas. Caso se agradasse delas, é porque teria gosto pelo morticínio dos homens. Aquele que se agrada do morticínio dos homens não pode ter a sua vontade imposta ao mundo.

Tao Te Ching, de Lao Tzu


Matéria extraída do livro  ”O caminho do guerreiro de Howard Reid e Michael Groucher” Editora Cultrix


fonte: www.artesmarciaispaulonetto.wordpress

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Simbolos : Tomoe, as vírgulas dinâmicas



O tomoe é um desenho de vírgula ou turbulência em forma de uma variedade de origens possíveis. Assemelha-se a antigos japoneses jóias curvas (como a jóia que serve como um dos três imperial japonesa regalia). Outras possíveis origens associá-lo com um guarda de pulso, usada por arqueiros, a cobra chinesa representações e o símbolo ying-yang. Embora datando do período Nara (710-794), que só se tornou amplamente utilizada no século X ou XI, mas nesse ponto, tornou-se imensamente popular, tornando-se o motivo segundo mais popular para seg família pelo início do Edo período (1600). Seja qual for a sua origem, desenvolveu significados adicionais: sua semelhança com uma banheira de hidromassagem causou a ser usado para proteger os edifícios de vazamentos, e mais tarde desenvolveu gerais conotação religiosa, o mais comum tem três chamas (triplo, ou 'mitsu' tomoe), mas um, dois, ou quatro não são incomuns. A mitsu tomoe reflete a divisão tríplice do shintoísmo cosmologia, e é dito para representar a terra, os céus, ea humanidade. e tornou-se especificamente associado com Hachiman, Kami da guerra.




Um Tsuba com Mitsu tomoe 



sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mikkyo, "ensinamentos secretos"



Mikkyo (密教 , lit. "ensinamentos secretos","esotéricos, Budismo Tântrico" ) é um japonês termo que se refere aos esotéricos Vajrayana práticas da Shingon budista escola e as práticas relacionadas que fazem parte do Tendai e Kegon escolas. Há também várias práticas Shingon e Tendai-de influência de Shugêndo . Mikkyo é um pouco compreendida, mas muitas vezes sensacionalista, sinergéticos "construção esotérico" que se encontra no cerne da espiritualidade e misticismo japonês.

Mikkyo é uma "tradição linhagem": o que significa que, assim como instruções sobre os ensinamentos e práticas da tradição, também envolve e requer "kanjo Activações" - initiatorial empoderamento-transmissões - de um mestre das disciplinas mikkyo.

A recolha de ensinamentos e práticas que eventualmente vieram a ser conhecidas como mikkyo teve seus primórdios nas tradições esotéricas da Índia e China . No início do século 6, havia começado uma grande importação de idéias espirituais e culturais para o Japão da China. No entanto, foi no início do século 9 que os conceitos de formação, que, com o tempo se tornam o núcleo de "mainstream" Mikkyo - Shingon e Tendai - foram trazidos para o Japão - inicialmente pelos monges Kūkai (o fundador da Shingon) e Saichō (o fundador da Tendai), tanto de quem tinha viajado para a China para estudar.
Para essas doutrinas e crenças iniciais foram acrescentados depois ensinamentos sobre os poderes da magia, misticismo e cura que haviam gradualmente começaram a chegar ao Japão com a chegada dos monges itinerantes, sacerdotes, eremitas e praticantes xamânicos, forçado por várias razões para fugir da China após o a queda da Dinastia Tang .

Misturando facilmente com elementos de Shinto prática e as tradições pré-budistas populares de sangaku-Shinko - "práticas espirituais ligadas montanhas sagradas", estes ensinamentos importados, combinando chinês Budismo Tântrico, chinês Yin-Yang magia, Taoísmo e, em uma data posterior , Tibetano Vajrayana budismo, evoluiu para se tornar a tradição esotérica japonesa que é mikkyo.


Existem cinco tipos de alças em Kongo sinos: um dente, três pinos, cinco pinos, budista jóia e stupa budista.

Cada tipo de sino simboliza um dos cinco Budas principal do Budismo Esotérico, chamado os cinco budas da Sabedoria. A fim de realizar um ritual, o médico iria colocar o sino stupa budista no centro, representando o Buda Dainichi Nyorai, e coloque os outros sinos no norte, sul, leste e oeste cantos do altar. Desta forma, os praticantes podem realizar seus rituais, literalmente, bem na frente dos Budas!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Rebelião de Shimabara, contra a perseguição aos cristãos


A Rebelião de Shimabara (島原の乱 Shimabara no ran) foi uma revolta de camponeses japoneses, na sua maioria cristãos, entre 1637 e 1638, durante o Período Edo. Foi uma das poucas revoltas ocorridas num período relativamente pacífico, o xogunato Tokugawa.


Os impostos foram drasticamente aumentados, quando o clã de Matsukura estava para iniciar a construção de um novo castelo em Shimabara. Essa atitude provocou a ira dos camponeses locais e dos samurais. Além disso, a perseguição religiosa contra os cristãos locais aumentou o descontentamento, que se transformou em revolta aberta em 1637. O xogunato Tokugawa enviou uma força de mais de 125 000 homens para reprimir os cerca de 27 mil camponeses, e depois de um cerco prolongado contra os rebeldes no Castelo Hara, o xogunato obteve a vitória.

O líder da rebelião, Amakusa Shiro, foi decapitado e a perseguição ao cristianismo tornou-se rigorosamente severa. A política de isolamento do Japão foi reforçada, e a perseguição formal aos
cristãos continuou até a década de 1850.


Estátua de Amakusa Shiro no castelo Hara


Em meados da década de 1630, camponeses da península de Shimabara e das ilhas Amakusa, insatisfeitos com impostos excessivos e o sofrimento dos efeitos da fome, se revoltaram contra os seus senhores. Isso foi mais precisamente no território governado por Matsukura Katsuie e no Domínio Karatsu, governado por Teresawa Katakata. Embora a rebelião seja considerada por alguns historiadores como uma revolta religiosa, esta não aborda as questões do descontentamento a partir da fome e impostos. Dentre as pessoas afetadas também incluem-se os pescadores, artesãos e comerciantes. A medida que a rebelião propagava, samurais sem mestre (ronins) que antes haviam servido famílias tais como Amakusa e Shiki que outrora viveram na área, também uniram-se ao movimento.  Como tal, a imagem de uma revolta inteiramente "camponesa" também não é inteiramente correta.

Shimabara foi domínio da família Arima, que era cristã; como consequência, muitos habitantes locais foram também cristãos. Os Arimas foram substituídos em 1614 pelos Matsukuras. O novo senhor, Matsukura Shigemasa, tinha aspirações de progressão na hierarquia do xogunado, e assim ele esteve envolvido em vários projetos de construção, incluindo a construção e ampliação de Castelo Edo, bem como o planejamento da invasão de Luzon. Também construiu um novo castelo em Shimabara. Como resultado, ele colocou uma imensa e desproporcionada carga fiscal sobre o povo de seu novo domínio, ainda mais indignado por perseguições ao cristianismo.
Os habitantes das ilhas Amakusa, que tinham sido parte de Konishi Yukinaga, sofreram o mesmo tipo de repressão nas mãos da família.


A rebelião
Os descontentes e samurais, bem como os camponeses, começaram a se reunir em segredo para formar uma rebelião; esta eclodiu no outono de 1637, quando o daikan local (agente fiscal) Hayashi Hyōzaemon foi assassinado. Ao mesmo tempo, outros se rebelaram nas ilhas Amakusa. Os rebeldes aumentaram rapidamente suas forças, forçando todos na área a se juntarem à insurreição. Um carismático garoto de 14 anos, Amakusa Shirō, logo foi escolhido como o líder da rebelião.

Os rebeldes sitiaram o clã Terasawa e castelos Hondo e Tomioka, mas pouco antes dos castelos que estavam prestes a cair, os exércitos dos domínios vizinhos em Kyushu chegaram, e forçaram os rebeldes a recuar. Os rebeldes, em seguida, atravessaram o Mar Ariake e brevemente sitiaram o Castelo de Shimabara de Matsukura Katsuie, mas foram novamente repelidos. Neste ponto, eles se reuniram no local do Castelo Hara, que tinha sido o castelo do clã Arima antes de sua mudança para o domínio de Nobeoka. Eles construíram paliçadas utilizando a madeira dos barcos com que tinham atravessado a água, além de estarem fortemente armados pelas armas, munições e provisões que haviam saqueado a partir de armazéns do clã de Matsukura.

Depois da tomada do Castelo Hara, o cristianismo ganhou muito espaço entre os rebeldes. Livros descrevem que, em momentos de desespero, os camponeses se apoiavam na fé, levantando cruzes e bandeiras brancas. Para adquirir coragem, rezavam e gritavam os nomes de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Em uma escavação arqueológica na fortaleza, iniciada em 1992 com o patrocínio da prefeitura de Nagasaki, foram encontradas imagens de bronze de Jesus, Maria e São Francisco Xavier, além de cruzes e rosários.
Estátuas budistas de Jizō, o bosatsu de misericórdia, decapitados pelos rebeldes cristãos.

Cerco do Castelo Hara
Quando soube da ocupação do castelo abandonado, Terazawa Katataka, senhor feudal de Amakusa, enviou 3 mil guerreiros para a região. Apenas 200 voltaram vivos. Quando o xogum Iemitsu Tokugawa ficou sabendo do massacre dos homens de Katakata ficou impressionado com a resistência dos rebeldes e enviou uma tropa de 26 mil soldados comandados por Shigemasa Itakura. No primeiro ataque, 600 homens morreram e, na segunda tentativa, 5 mil homens de Itakura foram mortos, enquanto menos de 100 rebeldes ficaram feridos.

Em janeiro de 1638, as tropas do xogum tentaram invadir o castelo e foram duramente castigadas, a ponto do comandante Itakura ter sido morto em combate. Ele foi substituído por, Matsudaira Nobutsuma. Fontes indicam a participação de Miyamoto Musashi, em um papel de aconselhamento de Hosokawa Tadatoshi. Mas, historicamente, não há provas da participação dele na batalha.
A chegada de Nobutsuma a Hara foi importante para a mudança de estratégia. Ele fez um cerco em volta do castelo, para evitar que os rebeldes saíssem do forte em busca de comida, com o objetivo de fazer os rebeldes se rendessem. Passados alguns dias, ele jogou uma carta dentro do castelo que com a qual prometia perdoar aqueles que se entregassem, mas não adiantou.

                                                                                Mapa do cerco do Castelo Hara

As forças do xogunato pediram ajuda aos neerlandeses, que primeiro deram pólvora e canhões.Nicolaes Couckebacker, opperhoofd da feitoria pertercente aos Países Baixos em Hirado, providenciou a pólvora e canhões, e quando as forças do xogunato solicitaram que ele enviasse um navio, ele pessoalmente acompanhou o navio de Ryp para uma posição próxima ao Castelo Hara. Os canhões enviados anteriormente foram montados em uma bateria em um barco de guerra, começando o ataque, tanto dos canhões da costa e também dos 20 canhões do de Ryp. Estas armas dispararam cerca de 426 projéteis em 15 dias, sem grande resultado, e dois vigias holandeses foram baleados pelos rebeldes.
E, em vez de forçar a rendição dos camponeses, a artilharia pesada parece ter dado matéria-prima para os rebeldes: arqueólogos encontraram 16 cruzes de metal no castelo, provavelmente feitas a partir da fundição dos projéteis.
O navio foi retirado a pedido dos japoneses, em seguida receberam as mensagens de desprezo enviadas pelos rebeldes para as tropas sitiantes:
"Não existem soldados mais corajosos no reino para combater conosco, e não estão envergonhados de terem chamado ajuda de estrangeiros contra o nosso pequeno contingente?"

Queda dos rebeldes

Em uma tentativa de tomar o castelo, Itakura Shigemasa foi morto. Logo chegaram mais tropas do xogunato sob o comando de Matsudaira Nobutsuna para substituir Itakura. Em abril de 1638, havia mais de 27 mil rebeldes enfrentando cerca de 125 000 soldados do xogunato. Um mês depois, um grupo de camponeses tentou um ataque noturno às tropas do governo, sendo que, 380 rebeldes morreram e alguns sobreviventes capturados revelaram que não havia mais comida ou pólvora dentro do castelo.
Em 12 de abril de 1638, as tropas sob o comando do clã Kuroda do Domínio de Hizen invadiram a fortaleza e capturaram as defesas externas. Os cristãos lutaram desesperadamente. Além de espadas e lanças, utilizaram pedras, pedaços de madeira, utensílios de cozinha ou qualquer coisa que pudesse ser empunhada como arma ou atirada do canhão que eles possuíam.

Forças presentes em Shimabara
Estátua do vice-comandante do exército do xogunato, Toda Ujikane.
A Rebelião de Shimabara foi o maior esforço militar desde o Cerco de Osaka onde o xogunato tinha de dirigir um exército aliado formado por tropas de vários domínios. O primeiro comandante geral, Itakura Shigemasa, tinha 800 homens sob seu comando direto; seu substituto, Matsudaira Nobutsuna, tinha 1 500. O vice-comandante Toda Ujikane tinha 2 500 de suas próprias tropas. 2 500 samurais do Domínio de Shimabara também estavam presentes. Boa parte do exército do xogunato foi formado a partir de domínios vizinhos de Shimabara. A maior parcela, totalizando mais de 35 000 homens, veio do Domínio de Saga, e estava sob comando de Nabeshima Katsushige. Em segundo lugar em números estava a força dos domínios de Kumamoto e Fukuoka; 23 500 homens sob o comando de Hosokawa Tadatoshi e Kuroda Tadayuki respectivamente. Do Domínio de Kurume foram 8 300 homens subordinados a Arima Toyouji; do Domínio de Yamanaga 5 500 homens sob as ordens de Tachibana Muneshige; do Domínio de Karatsu, 7 570 homens estavam aos comandos de Terasawa Katataka; de Nobeoka, 3 300 estavam sob as ordens de Arima Naozumi; do Domínio de Kokura, 6 000 estavam sob as ordens de Ogasawara Tadazane e seu braço direito, Takada Matabei; provenientes do Domínio de Nakatsu, 2 500 homens estavam sob as ordens de Ogasawara Nagatsugu; de Bungo-Takada, 1 500 eram comandados por Matsudaira Shigenao, do Domínio de Kagoshima, 1 000 homens estavam as ordens de Yamada Arinaga. As únicas forças que não eram de Kyushu, além dos comandantes militares pessoais, foram 5 600 homens do domínio de Fukuyama, sob o comando do Mizuno Katsunari,[20] Katsutoshi, e Katsusada. Houve também um pequeno número de tropas de vários outros locais na quantidade de 800 homens. No total, o exército do xogunato foi composto por mais de 125 800 homens. Por outro lado, a quantidade de pessoas que compuseram as forças rebeldes não é precisamente conhecida. Estima-se que eram mais de 14 000 combatentes e que o número de não-combatentes abrigados no castelo durante o cerco eram mais de 13 000. Uma fonte estima que o tamanho total da força rebelde era algo entre 27 000 e 37 000, uma fração, se comparada ao tamanho das forças enviada pelo xogunato.

Epílogo
Depois que o castelo caiu, as forças do xogunato decapitaram cerca de 37 000 rebeldes e simpatizantes. A cabeça decepada de Amakusa Shiro foi levado para Nagasaki para exibição pública, e todo o complexo do Castelo Hara foi totalmente queimado e enterrado junto com os corpos de todos os mortos.
Cristãos e estrangeiros passaram a ser os maiores inimigos do governo Tokugawa. Por exemplo, em Nagasaki, padres eram mortos em público e queimados vivos. Aproximadamente 80% dos cristãos da cidade foram executados e os outros foram presos ou escravizados. Prêmios em dinheiro eram oferecidos aos que denunciassem os religiosos clandestinos.

O xogunato suspeitou que católicos ocidentais tinham sido envolvidos na divulgação da rebelião e comerciantes portugueses foram expulsos do país. A política de isolamento nacional tornou-se mais rigorosa em 1639. Uma proibição já existente da religião cristã foi, então, aplicada rigorosamente, e o cristianismo no Japão sobreviveu apenas por meio dos Kakure Kirishitan.
Outra das ações que depois foi tomada pelo xogunato foi o perdão das contribuições de construção aos domínios que haviam apoiado militarmente. Matsukura Katsuie cometeu suicídio, e seu domínio foi dado a outro senhor, Koriki Tadafusa.[16] O clã de Terazawa sobreviveu, mas desapareceu quase 10 anos depois, devido à falta de um Katataka como sucessor.
Na península de Shimabara, a maioria das cidades experimentaram uma grave perda de população, como resultado da rebelião. A fim de manter os campos de arroz e outras culturas, migrantes foram trazidos de outras áreas em todo o Japão para reassentar a terra. Todos os habitantes foram registrados em templos locais, cujos sacerdotes eram obrigados a atestar a filiação religiosa de seus membros.
Com a exceção de alguns levantes locais, a Rebelião de Shimabara foi o último confronto armado em larga escala no Japão até 1860.
Até hoje, em datas festivas, as perseguições aos cristãos são lembradas. Na semana do Festival Okunchi, celebrado entre os dias 7 e 9 de outubro em Nagasaki, os moradores da cidade abrem a porta de suas casas e exibem seus pertences no jardim. Trata-se de um antigo costume do século 17, quando eles eram obrigados a mostrar tudo o que possuíam para provar que não eram católicos.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Técnicas e Torneios de Naguinata do


Nas competições de Naguinata há dois tipos de provas, dentre elas a competição propriamente dita, onde a luta é em forma de defesa e ataque.
O Shiai é a modalidade de luta do Naguinata, onde duas pessoas competem mutuamente usando a proteção - Bogu, nas partes da :


  • Cabeça : MEN
  • Peitoral : DO
  • Mão e Punho : KOTE
  • parte inferior da perna - tíbia : SUNÊ
  • O combate consiste em desferir golpes apenas nos pontos do corpo onde são usados as proteções.



    No domíneo do combate o Naguinata moderno é ainda muito jovem - 1955. Teve um arrancada muito lenta, mas vem evoluindo de forma espetacular.

    Até 1983, nos campeonatos do Japão, os Shiai eram mais livres e muitos grupos eram dirigidos por senseis do Kendo.
    Os golpes eram muitos fortes, usando técnicas de Kendo e o Naguinata não era explorado ao máximo de suas possibilidades.

    A partir de 1983 o Naguinata passou a ser um esporte universitário e de lá pra cá o Naguinata reencontrou sua especialidade, assim como uma nova eficácia.
    O praticante de Naguinata utiliza uma vestimenta composta de: 


  • Keiko-Gi ou Dogui
    É uma espécie de kimono, de cor branca, cruzado e amarrado na frente por 2 laços.


  • Obi
    É um faixa de cor branco com 10cm de largura por 2,60m de comprimento. Utilizado como um "cinto".


  • Hakama
    É semelhante a uma pantalona de algodão ou sintético de cor preta ou azul marinho.
  • Existem regras definidas sobre a maneira de vestir-se e equipar-se.
    Vestir corretamente a vestimenta cria uma atitude mental correta.

    Além dos itens citado acima, o Bogu é uma parte importante da vestimenta do praticante de Naguinata, é a proteção do praticante.
    Semelhante a uma armadura, ela é utilizada principalmente durante o SHIAI para proteger contra os golpes.
    O Bogu é composto de protetores para a cabeça (men), peitoral (do), mãos e punho(kotê) e para a tíbia ou canela (sunê).
    Diferente do Kendo, que não possui a proteção da tíbia - Sunê e a proteção do ante-braço - Kotê que possui 3 divisões para o melhor manejo da arma.

    Aspecto filosófico


    A Federação Japonesa de Naguinata tem atuado com o seguinte conceito e princípio:
    • Promover a harmonia entre a mente e o corpo através do treinamento.
    De acordo com a Federação Japonesa de Naguinata, através da orientação correta da Atarashi Naguinata procura-se o aperfeiçoamento da técnica, cultivar o espírito, aumentar a vitalidade e também :
    • Treinar corretamente dentro dos princípios do Naguinata
    • Respeitar a disciplina
    • Respeitar a etiqueta e cooperar com os outros
    • Aprender e preservar a cultura tradicional japonesa
    • Cultivar a mente
    • Desenvolver o espírito e o corpo
    • Promover a paz e prosperidade entre as pessoas

    Graduações
    Mudansha (sem dan):
    • 6º Kyu = Rokkyu
    • 5º Kyu = Gokyu
    • 4º Kyu = Yonkyu
    • 3º Kyu = Sankyu
    • 2º Kyu = Nikyu
    • 1º Kyu = Ikkyu
    Yudansha (com dan):
    • 1º Dan = Shodan
    • 2º Dan = Nidan
    • 3º Dan = Sandan
    • 4º Dan = Yondan
    • 5º Dan = Godan
    Shogo - títulos de instrução, obtidos após o 5º dan:
    Requisitos para exame:
    • 1º Kyu - nenhum
    • 1º Dan - deve possuir 1º Kyu
    • 2º Dan - permanência na graduação anterior por 1 ano
    • 3º Dan - permanência na graduação anterior por 2 anos
    • 4º Dan - permanência na graduação anterior por 3 anos
    • 5º Dan - permanência na graduação anterior por 3 anos







    Cincos katas básicos do Naguinata do:


    sexta-feira, 9 de novembro de 2012

    O arco japonês


    A presença dos arcos no mundo é muito antiga. Acredita-se que desde fins da Idade da Pedra, o arco já era usado no Oriente Próximo e Médio. No Japão não foi diferente e há vestígios, de que os primeiros arcos japoneses vêm dessa época. Um exemplo é um sino de bronze encontrado em que há desenhos inscritos, datado do fim da Idade da Pedra. Por isso também é comum se dizer que o kyūdō, o caminho do arco, é a mais antiga das artes marciais tradicionais do Japão, já que arcos têm sido usados desde a Pré-História.

    A influência chinesa

    Do século IV a IX, a proximidade entre China e Japão teve grande influência tanto nas técnicas de produção do arco em si, como na utilização e filosofia adjacente ao uso do mesmo. Em especial, as crenças confuncionistas de que, pela dedicação ao arco, uma pessoa poderia encontrar seu verdadeiro eu tiveram grande peso na cultura do arco-e-flecha japonesa.

    A literatura sobre arco-e-flecha era vasta na China desde há muito. Livros dos fins da Dinastia Han (II d.C), como O livro dos ritos e O livro de Zhou, exerceram grande influência no Japão, levando consigo o pensamento de Confúncio. Esse forte intercâmbio cultural com a China ocorreu principalmente nos séculos IV e V d.C., pela época do lendário Imperador Ōjin, e atingiu os valores, a ideologia e a etiqueta da Corte Japonesa até com relação ao modo de se praticar arco-e-flecha – nascendo aí o lado cerimonial da prática, cultivado ao longo da era feudal nipônica. Então, enquanto os nobres da Corte se concentravam na parte cerimonial do arco-e-flecha, os guerreiros se focaram no kyūjutsu, as técnicas marciais de se usar o arco como arma. Além disso, segundo consta no Kojiki (o mais antigo livro japonês), ao uso do arco longo era associado grande prestígio tanto ideológica quanto culturalmente. Um ditado chinês dizia: “De posse da flecha, o sábio resolve suas diferenças”; tal pensamento também se tornou próprio da cultura militar japonesa.

    O período feudal japonês (1187-1867)

    Quando Yoritomo de Minamoto deu início ao Xogunato em Kamakura (inaugurando a Era Kamakura e, com ela, o período feudal), estabeleceu também o código de comportamento e pensamento do guerreiro, pregando que através da técnica de arco-e-flecha a cavalo (kyūba) poderia se dar o desenvolvimento do espírito. Para o disciplinamento da mente e do corpo, assim como para a prática das técnicas de combate, eram realizadas cerimônias de kyūba, como a inu-ōmono, a kasagake etc.

    A grande cerimônia de yabu-same (um dos estilos de kyūba), na qual animais capturados são libertados, por exemplo, acontece ainda hoje no templo de Hachiman, em Tsurugaoka. Naquela época também era popular a caça esportiva, pelo que, novamente, na Era Heian, a arte do arco tornou-se a arte da guerra. O inu-ōmono, o kusajishi, entre outros cerimoniais, ainda podem ser vistos hoje, pois se tornaram esportes, com regras bem definidas.

    O desenvolvimento das técnicas

    A partir do Período das Duas Cortes (Nambokuchō, 1336-92) e atravessando da Era Muromati (1392-1573), houve uma inovação de estilo no que concerne às técnicas de arco-e-flecha.
    Na época do Imperador Godaigo, o método de tiro transmitido pela sociedade feudal foi criado por Nagakiyo e Sadamune Ogasawara, que estabeleceram as regras de etiqueta do arqueiro a cavalo. Depois, a família Ogasawara tornou-se instrutora do xogum Tokugawa e sua família. Em termos de registro das técnicas de tiro da época, o mais detalhado é provavelmente um grande compêndio escrito por Ryōshun Imagawa.

    Quanto a Danjōmasatsugu Heki, pai do estilo Heki, também ele era uma pessoa desse tempo. A técnica de tiro de Heki foi posta em prática e teve sua difusão nessa época. Suas técnicas foram, em seguida, passadas a Shigekata Kōzuke-no-Suke Yoshida e, então, acabaram por se dividir em dois novos estilos: o estilo Izumo e o estilo Sekka – os quais voltaram a se subdividir, este dando origem ao estilo Dōsetsu, aquele ao estilo Insai e outros mais. Muitos eram os grandes talentos dedicando-se à arte do arco naqueles anos, pelo que as técnicas de arco-e-flecha evoluíram bastante e rapidamente. Além disso, uma outra família (afiliada aos Yoshida) também se dedicou a essa arte: o monge Tikurin desenvolveu um estilo de mesmo nome, depois consagrado por seus filhos.

    Desse modo, nos cento e cinqüenta anos entre o fim da Era Muromati e o princípio do período Tokugawa (séculos XV-XVII) muitos estilos surgiram e se desenvolveram. Após isso, houve apenas mais dois: no período Genroku (1688-1704), o surgimento do estilo Yamato desenvolvido por Kōzan Morigawa, a quem também é creditado o uso, pela primeira vez, do termo “kyūdō”, i.e., caminho do arco. Esse termo está ligado à ideologia Zen-Budista (antes se usava apenas kyūjutsu, um termo mais ligado à técnica e, portanto, de conotação mais militar). O outro evento se dá na Era Meiji (1868-1912), quando Toshizane Honda cria o estilo Honda.

    O arco como disciplina do corpo e da mente

    Já em fins da época de Ōda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi (séc. XVI), começaram a ser importadas armas de fogo e o arco deixou de ser usado como instrumento de guerra. Em verdade, esses dois generais foram os primeiros a utilizá-las com sucesso em uma batalha e, após isso, era questão de tempo até que o fato se consumasse: o arco foi preterido e quase esquecido por completo com a chegada das armas de fogo. Isso levou as técnicas de arco-e-flecha a se refinarem cada vez mais com o objetivo de disciplinar o corpo e a mente.
    Dentro dessa nova perspectiva, um caso a se ressaltar é o dos torneios de tiro à longa distância (tōshiya), em que o alvo fica a cerca de 120m e 4,9m de altura do arqueiro. Existindo desde o séc. XII, especialmente na forma de “torneios de resistência”, ganhou popularidade por volta do séc. XVI, quando no período do xogunato Tokugawa grandes mudanças ocorreram na maneira de se encarar o arco-e-flecha, pelas razões supracitadas.

    O torneio no Sanjūsangendō, em Quioto, é o maior desse tipo e ocorre desde 1165. Esses torneios duravam até um dia inteiro e cada arqueiro podia atirar centenas de flechas. Havia diferentes categorias, como a competição de doze horas, a de vinte e quatro horas, a de cem flechas e outra de mil flechas. Além disso, mulheres também podiam participar (a partir da Era Tokugawa). Em 1606, o recorde era de 51 flechas acertadas, mas, entre 1661-88, esse número chegou a recordes inimagináveis com os casos de Shigenori Kanzaemon Hoshino e de Daihachirō Wasa.

    Em 1669, Shigenori Kanzaemon Hoshino alcançou a incrível marca de oito mil acertos das 10.542 flechas que atirou. Cerca de duas décadas depois, em 1686, Daihachirō Wasa conseguiu um feito ainda mais impressionante, estabelecendo o recorde de 13.053 tiros com 8.133 acertos (uma média de 62% de acertos e um tiro a cada 6,6 segundos). O torneio de Sanjūsangendō ainda acontece, mas agora suas categorias são diferentes e as provas duram menos tempo.

    No tiro à longa distância é preciso atirar rapidamente, logo os métodos e instrumentos usados são diferentes. Por exemplo, atira-se sentado e o arco não deve rodar na mão após o tiro (hoje, existe uma luva mais grossa no dedão usada no tōshiya que consegue impedir o giro sem exigir tanto do arqueiro, no entanto essa luva é uma invenção moderna).

    O fim do xogunato e a Restauração Meiji

    Com o prosseguimento da paz na Era Edo, o aperfeiçoamento do arco-e-flecha continuava, fosse enquanto técnica militar, fosse enquanto “caminho zen”, estabelecendo-se como disciplinamento para corpo e mente; mas, como o treinamento militar do fim do feudalismo (período quando dominavam os xoguns) da Era Edo não tinha por objetivos reais a guerra, um dia tudo parou. Numa época de ocidentalização e de armas de fogo não havia mais espaço para a tradição arqueira aparentemente.

    No entanto, os treinos de kyūba continuaram a ser realizados, como parte do treinamento dos graus inferiores dos soldados. Até que no ano 28 da era segunte (a Era Meiji), aconteceu, em Quioto, o I Encontro Nacional de Artes Marciais do Japão, no qual, naturalmente, também aconteceram competições de kyūdō, contribuindo para a revitalização dessa arte.

    Outro fator importante foi o feito de Honda Toshizane, um instrutor de kyūdō na Universidade Imperial de Tóquio, que combinou elementos do estilo de guerra e do estilo cerimonial de arco-e-flecha num novo estilo híbrido, que se tornou conhecido como Honda-ryū (Estilo Honda). Esse estilo se tornou popular entre o público geral e, para alguns, é o verdadeiro salvador do arco-e-flecha japonês do esquecimento em que vinha caindo.

    Nas Eras Taishō (1912-26) e Shōwa (1926-89), o kyūdō passou a ser incluído no currículo escolar (a partir do segundo segmento) como disciplina obrigatória ou opcional (nos clubes esportivos); porém o início da II Guerra Mundial, em 1941, fez com que o Ministério japonês da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (Monbushō) declarasse as artes marciais como exercício de Educação Física, novamente ligando essas artes diretamente ao combate. Desse modo, com o fim da guerra, as aulas de kyūdō foram proibidas (novembro de 1945).

    Seis anos depois, o Monbushō expediu uma nota suspendendo a proibição e permitindo a prática de kyūdō, mas apenas em 1967 a Secretaria de Educação Física aprovou uma nota permitindo às direções das escolas do ensino médio adotar aulas de kyūdō, o que fez com que o kyūdō ganhasse um novo significado na educação: passou a ser visto como uma disciplina para educação corporal.

    Com a ocupação americana no Pós-II Guerra, todas as artes marciais foram proibidas, contribuindo ainda mais para o declínio do kyūjutsu tradicional. Então, quando a proibição contra artes marciais acabou, o kyūdō (e não o kyūjutsu) havia se tornado uma prática comum a todo o Japão. Em 1953, a Federação Nacional de Kyūdō (ZNKR ou ANKF) foi fundada, publicando um manual com seus padrões e supervisionando o desenvolvimento de kyūdō tanto no Japão quanto em outros países.

    Hoje, já existe uma Federação Européia de Kyūdō, que promove seminários anuais e provas. A partir de 1993, o mesmo passou a acontecer nos EUA.

    Daí por diante, com os novos métodos de pesquisa das ciências modernas, as novas bases da ideologia por trás das artes marciais passaram a ser atreladas à educação, sendo a manutenção de sua difusão de grande importância.

    sexta-feira, 2 de novembro de 2012

    KYUDOO


    Kyūdō (em japonês: 弓道; lit. o caminho do arco), é a arte marcial japonesa do tiro com arco. Apesar da sua actual forma ter evoluído, ao longo das últimas décadas, para uma unificação, trata-se da mais antiga arte marcial japonesa, com as primeiras referências históricas a datarem do século VII da nossa era.


    Propósitos do kyūdō
    Na sua forma actual, o kyūdō é práticado como uma forma de desenvolvimento da pessoa em sentido integral, através do corpo nas suas componentes física e mental. No Japão muitos arqueiros praticam o kyudo com uma vertente de desporto. Segundo o Manual de Kyudo da Federação Japonesa de Kyudo (ANKF), a verdade do kyudo está na unidade de três princípios, (1) a estabilidade do corpo, (2) a estabilidade da mente e (3) a estabilidade do arco. Dedicar-se e concentrar-se completamente no tiro é, então, um objetivo que está para além do mero acertar o alvo.

    História resumida do Kyudô
    O arco foi uma arma de guerra sobretudo entre os séculos XII e XVI. Para além disso, o tiro foi também, e desde os século VI, utilizado em cerimónias de corte. Como arma foi perdendo importância após a introdução das armas de fogo pelos portugueses no século XVI. As escolas de tiro com arco, então existentes, evoluem para formas de tiro onde a ênfase é colocada tanto nos aspectos técnicos e físicos quanto nos aspectos mentais e formais do tiro.
    A palavra kyudo começa a utilizar-se ao longo do século XVII, a par da designação corrente que ainda hoje subsiste de kyujutsu; é a partir do início do século XX que a designação de kyudo se generaliza.
    A partir de 1930 surgiram os primeiros esforços para unificar a prática do kyudo, uma vez que existência de várias escolas, cada uma com várias técnicas e formas de tiro, dificultava a prática conjunta. É em 1934 que surge o primeiro manual de kyudo que propõe um conjunto de princípios comuns.
    No entanto é só após a segunda guerra mundial, e com a formação da Federação Japonesa de Kyudo, que o objectivo de unificar e normalizar os procedimentos do tiro oriundos das diversas escolas é atingido e aceite no Japão, permitindo o desenvolvimento do kyudo no mundo e estabelecer uma prática comum onde diferentes formas e estilos possam coexistir e atirar em conjunto. Como consequência é publicado em 1953 o Manual de Kyudo (com 4 volumes actualmente), que será revisto e ampliado em 1971 e do qual existe, para o volume 1, uma tradução oficial em inglês e uma adaptação em francês. Este manual é uma fonte e uma referência para todos os praticantes de kyudo qualquer que seja o seu nível. A Associação Portuguesa de Kyudo (APK) possui uma tradução (não editada) do volume 1.
    A síntese e unificação das diversas formas de tiro pela ANKF fez-se em paralelo com as escolas tradicionais. As tradições de tiro antigas são ainda mantidas e transmitidas em paralelo com o desenvolvimento do kyudo pela ANKF. Cada escola pratica o kyudo através da coexistência das suas formas com as da ANKF.
    Alguns núcleos e escolas no Japão mantêm-se à margem da ANKF, evitando por exemplo o uso das graduações em Dan, e mantendo estritamente as suas formas tradicionais de tiro.
    O arco japonês tem um significado cultural amplo no Japão. A sua utilização não se limita ao kyudo, sendo utilizado no tiro a cavalo (yabusame) e em cerimónias religiosas (shintoísmo sobretudo), nas actividades diárias de alguns mosteiros zen em cerimónias diversas como baptizados e aberturas de torneios de sumô.


    Treino e prática
    A prática do kyudo para um principiante inicia-se com os primeiros treinos em que os movimentos básicos do tiro (hassetsu) são apreendidos de mãos vazias, sem arco. Após 2-3 treinos o praticante inicia os movimentos com uma fisga ou elástico. Depois os mesmos movimentos são repetidos já com o arco, mas sem flechas. De seguida o praticante será levado para o primeiro tiro em frente de um alvo de palha (makiwara) situado a curta distância (+/- 2 metros) onde disparará as suas primeiras flechas já com a luva na mão direita. Depois durante dois ou três treinos passará a disparar ao alvo, primeiro a curta distância (5-6 metros), depois a meia distância (14 metros) depois a 20 metros e finalmente à distância normal do alvo, que é de 28 metros. Entre o início da aprendizagem e o primeiro tiro ao alvo a 28 metros poderão passar entre 1 a 3 meses, dependendo do número de treinos por semana e do praticante.
    A par desta aprendizagem da técnica do tiro, o praticante inicia-se também desde o início nos movimentos formais, uma vez que os movimentos e deslocações na zona do tiro são feitos segundo um conjunto de princípios estabelecidos: a entrada na zona de tiro, a saudação, a aproximação à linha de tiro, o ajoelhar para preparação das flechas o levantar para o tiro, a sequência do tiro e a saída. A postura e a forma do corpo ao longo de todas as fases e movimentos é um aspecto essencial na prática do tiro.
    Uma sessão de treinos depende do contexto em que se realiza, do tempo disponível e do número de praticantes envolvidos; sendo derivado não só, mas também, de antigas práticas guerreiras, a imprevisibilidade e capacidade de adaptação são parte essencial do kyudo. Tipicamente inicia-se um treino com alguns movimentos breves de aquecimento e exercícios respiratórios. Depois segue-se o tiro contra o alvo de palha (makiwara) a curta distância, podendo ainda ser antecedido pela prática dos movimentos do hassetsu sem arco. No tiro ao makiwara, o atirador concentra-se sobretudo na postura e na técnica sem a preocupação com o alvo. O treino de makiwara é fundamental para a evolução de qualquer atirador, qualquer que seja o seu nível e não apenas para os iniciados; no Japão muitas cerimónias públicas envolvendo ou não artes marciais são inauguradas com um tiro de cerimónia ao makiwara executado pelo mestre de mais alta graduação presente. Após o tiro ao makiwara os praticantes passam então a atirar contra ao alvo à distância de 28 metros. O tamanho do alvo é normalmente 36 cm de diâmetro (ou 12 sun, uma unidade de medida tradicional do Japão que equivale a cerca de 3,03 cm), e ficam a uma distância de 28 metros do kyudoka. Esta distância do alvo e a sua posição baixa, a 15 cm do chão, é aquela que permite que o atirador permaneça numa postura vertical correcta com o corpo firme e em extensão em todas as direcções (baixo-cima, direita-esquerda e frente-trás).

    Técnica
    O tiro efectua-se sempre com o arco na mão esquerda - yunde, a mão do arco - e a mão direita com luva segura a corda. Pode-se treinar individualmente, mas as diferentes formas de tiro são sempre de tiros em grupo em que os atiradores atiram segundo uma seqüência em tempos determinados e com movimentos coordenados entre si. Também por isso os atiradores estão todos virados para o mesmo lado.
    O abrir do arco deve ser efectuado através de um movimento simultãneo dos braços direito e esquerdo que se inicia com ambas as mãos acima da altura da cabeça. Na extensão máxima a corda e a mão direita ficam bem atrás da cabeça. Apesar dos receios que a corda possa bater na cara, é muito raro isso acontecer.
    Imediatamente após o tiro, o yumi irá (para um kyudoka com prática) rodar na mão, fazendo com que a corda do arco pare na frente do antebraço externo. Este movimento, o yugaeri é uma combinação de técnica e da movimentação natural do arco. É único no kyudo.

    Os movimentos executados durante o tiro seguem a seguinte seqüência, designada hassetsu, conforme prescrito pela Federação Japonesa de Kyudo - All Nippon Kyudo Federation (ANKF) no Kyudo Kyohon (Manual de Kyudo):


    01- Ashibumi - Abertura dos pés;
    02- Dozukuri - Postura do corpo;
    03- Yugamae - Preparação do arco (para o tiro);
    04- Uchiokoshi - Elevar o arco;
    05- Hikiwake - Abertura do arco;
    06- Kai - Encontro (a posição de extensão máxima);
    07- Hanare - Disparar da flecha;
    08 - Zanshin - Permanência da forma

    Graduações
    O sistema de graduações baseia-se na atribuição de graus que vão de 1º dan a 10º dan. Abaixo de 1º dan poderão ser atribuídos os graus de kyu que vão de 5º a 1º. No kyudo não é utilizado o sistema de cintos coloridos para distinguir os graduados. As graduações em todo o mundo são apenas atribuídas pela ANKF através da realização de estágios que podem ocorrer no Japão; na Europa e nos EUA ocorre um estágio anual com mestres japoneses da ANKF com exames de atribuição de grau.

    Escolas principais
    All Nippon Kyudo Federation (ANKF)
    A Federação Japonesa de Kyudo é, desde 1953, o órgão de cúpula do kyudo no Japão.

    Escolas tradicionais
    Várias escolas tradicinais continuam a existir, mas desde a formação da ANKF algumas têm desaparecido. A ANKF tem vindo a unificar a prática do kyudo num conjunto de princípios comuns, embora admitindo ainda algumas diferenças originárias das escolas principais.
    Algumas escolas tradicionais
    Ogasawara Ryu - origem no século XII
    Heki Ryu Chikurin-ha - com origem no século XV, ramo da escola Heki
    Heki Ryu Insai-ha - com origem no século XV, ramo da escola Heki
    Honda Ryu - origem no século XIX.


    Kyūdō no Brasil
    Em 2007 foi criada a Associação Brasileira de Kyudô (ブラジル弓道会), com sede no Rio de Janeiro. Filiada à IKYF, e sob orientação direta da Federação Americana de Kyudô, é desta maneira a entidade representativa oficial do Kyudô no Brasil. Existem grupos filiados e que recebem orientação da ABK no Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza.




    Fonte: Herrigel, Eugen - A arte cavalheiresca do arqueiro zen. 22ª ed. São Paulo, Brazil. Editora Pensamento-Cultrix, 2007.

    sexta-feira, 26 de outubro de 2012

    Yabusame, remanescente do Japão antigo

    O Yabusame  é um tipo de tiro com o tradicional arco japonês montado. 
    Um arqueiro em um cavalo correndo dispara três especiais "nabo-cabeças" setas sucessivamente em três alvos de madeira.

    Este estilo de tiro com arco tem suas origens no início do período Kamakura . 
    Minamoto no Yoritomo tornou-se alarmado com a falta de habilidade de tiro com arco seus samurais tinham. Ele organizou yabusame como uma forma de prática.

    Hoje em dia, os melhores lugares para ver yabusame realizados estão no Tsurugaoka Hachiman-gu em Kamakura e Shimogamo Santuário em Kyoto (durante Aoi Matsuri no início de maio). Ela é também realizada em Samukawa e na praia em Zushi , bem como outros locais.




    História do arco japonês e montado tiro com arco

    Arcos japoneses remontam a tempos pré-históricos - o Jomon período. 
    O longo, estilo único arco assimétrico com o aperto abaixo do centro surgiu sob a cultura Yayoi  (300 aC - 300 dC), Arcos tornou-se o símbolo de autoridade e poder. 
    O lendário imperador primeira do Japão, o imperador Jimmu (神武) , é sempre representado carregando um arco.

    O uso do arco foi a pé até por volta do século 4, quando os soldados de elite tomou para combater a cavalo com arcos e espadas. No século 10, o samurai teria duelos de arco e flecha a cavalo. Eles montariam um para o outro e tentar atirar pelo menos três setas. Estes duelos não necessariamente tem que terminar em morte, enquanto honra estava satisfeito. Um dos incidentes mais famosos e célebres de tiro com arco montado japonesa ocorreu durante a Guerra Genpei (1180-1185), uma luta épica pelo poder entre o Heike e Genji clãs que era ter um grande impacto sobre a cultura japonesa, sociedade e política.

    Na Batalha de Yashima , o Heike, tendo sido derrotado em batalha, fugiu para Yashima e levou para seus barcos. Eles foram ferozmente perseguidos pelo Genji a cavalo, mas o Genji foram interrompidas pelo mar.
    Como o Heike esperou que os ventos de estar certo, eles apresentaram um fã pendia de um mastro como um alvo para qualquer arqueiro Genji para atirar em um gesto cavalheiresco de rivalidade entre inimigos.
    Um dos samurais Genji, Nasu no Yoichi , aceitou o desafio. Ele montou em seu cavalo para o mar e atirou no ventilador limpa através. Nasu ganhou muita fama e seu feito ainda é celebrada até hoje.

    Nasu no Yoichi disparando a flecha.


    Durante o período Kamakura (1192-1334), montado tiro com arco foi usado como um exercício de treinamento militar para manter samurai preparado para a guerra. Esses arqueiros que fez mal pôde encontrar-se ordenado a cometer seppuku , ou suicídio ritual.
    Um estilo de tiro com arco foi montado inuoumono -. tiroteio em cães sacerdotes budistas foram capazes de prevalecer sobre o samurai ter preenchido as setas para que os cães só foram irritado e machucado em vez de mortos. Este esporte não é mais praticada.

    Yabusame - ritual montado tiro com arco
    Um samurai montado com arco e flechas, usando um capacete com chifres. Circa 1878.
    Yabusame foi concebido como uma forma de agradar e entreter a miríade de deuses que assistem sobre o Japão, incentivando assim as suas bênçãos para a prosperidade da terra, o povo, e da colheita.
    Um arqueiro yabusame galopa por um caminho 255 metros de comprimento, em alta velocidade.
    O arqueiro principalmente controla o cavalo com os joelhos, como ele precisa de duas mãos para desenhar e atirar seu arco.
    Como ele se aproxima de um alvo, ele traz seu arco e chama-se a seta passado seu ouvido antes de deixar a flecha com um grito profundo de "In-Yo-In-Yo" (trevas e luz). A seta é contundente e redonda, a fim de fazer um som mais alto quando se atinge a bordo.
    Arqueiros experientes estão autorizados a usar as setas com um pino em forma de V. Se a placa é riscado, ele lasca com um material de confete e cair no chão. Para atingir todos os três alvos é considerado um feito admirável. Yabusame alvos e sua colocação são projetados para reproduzir ritualmente o alvo ideal para um golpe fatal em um adversário usando uma armadura de samurai completo tradicional (O-Yoroi), que deixou o espaço logo abaixo da viseira do capacete nua.
    Yabusame é caracterizado como um ritual, em vez de um esporte por causa de seu estilo solene e aspectos religiosos, e muitas vezes é realizado para cerimônias especiais ou eventos oficiais, como entreter personalidades estrangeiras e chefes de estado. Yabusame manifestações têm sido dadas para as visitas formais de Presidentes dos EUA Ronald Reagan e George W. Bush . Uma demonstração yabusame foi dada no Reino Unido para o príncipe Charles , que supostamente era fascinado e satisfeito com o desempenho.
    Para ser selecionado como um arqueiro yabusame é uma grande honra. No passado, eles foram escolhidos apenas os melhores guerreiros. O arqueiro que realiza o melhor ganha um pano branco, significando o favor divino.



    Há duas famosas escolas de tiro com arco montado que realizam yabusame. Uma é a escola Ogasawara. O fundador, Ogasawara Nagakiyo , foi instruído pelo shogun Minamoto Yoritomo (1147-1199) para iniciar uma escola de arco e flecha. Yoritomo queria que seus guerreiros para ser altamente qualificados e disciplinados. Tiro com arco foi visto como uma boa maneira de incutir os princípios necessários para um guerreiro samurai.
    Zen se tornou um elemento importante, tanto de pé e montado tiro com arco, ele também se tornou popular entre os samurais em cada aspecto de sua vida durante o período Kamakura .
    Yabusame como uma arte marcial ajudou um samurai aprender concentração, refinamento, disciplina e. Zen ensinou técnicas de respiração para estabilizar a mente e o corpo, dando clareza e foco. Para ser capaz de desenhar arco calmamente um, objetivo, e atirar no calor da batalha, e depois repetir, era a marca de um verdadeiro samurai que tinha dominado a sua formação e seu medo.
    A escola de tiro com arco outro foi iniciado anteriormente por Minamoto Yoshiari no século 9 sob o comando do Imperador Uda . Esta escola tornou-se conhecida como a escola Takeda de tiro com arco. O estilo Takeda tem sido destaque em filmes de samurai clássicos como Akira Kurosawa, " Sete Samurais "(1954) e" Kagemusha "(1980). O ator famoso de filmes de samurai muitos, Toshirō Mifune , era um estudante da escola notou Takeda.

    O declínio e revitalização do arco

    Com a chegada do Português e suas armas em meados do século 16, o arco começou a perder a sua importância no campo de batalha. Na Batalha de Nagashino em 1575, bem colocado grupos de mosqueteiros servindo Oda Nobunaga e Tokugawa baleado em voleios e praticamente aniquilou as cargas de cavalaria do clã Takeda.
    Montado tiro com arco foi reavivado no período Edo (1600-1867) por Ogasawara Heibei Tsuneharu (1666-1747), sob o comando do shogun Tokugawa Yoshimune (1684-1751). Dado que a nação estava em paz, tiro com arco, bem como outras artes marciais militares tornou-se mais de um método de desenvolvimento pessoal ao invés de treinamento militar.
    [ editar ] Aprática contemporânea

    Yabusame é realizada em várias épocas do ano, geralmente perto xintoístas santuários. Em maio, o Matsuri Aoi em Kyoto inclui yabusame.Outros locais incluem Tsurugaoka Hachiman-gum em Kamakura, juntamente com Samukawa e na praia de Zushi .



    veja um vídeo dessa arte abaixo:


    sexta-feira, 19 de outubro de 2012

    ZEN BUDISMO



    As duas principais religiões do Japão são o Shintoísmo e o Budismo, que abrangem mais de 80% da população. No Japão, aproximadamente 90 milhões de pessoas consideram-se Budistas, e a religião, que originou-se na Índia no século 6 AC, consiste de diversas seitas. Ele foi trazido da Coréia ao Japão no século 6 DC, e ao longo dos anos foram sendo fundadas seitas, que incluem a Tendai (805), e Shingon (806), da China.

    Após a seita Jodo (seita da Terra Pura), fundada em 1175, veio a seita Zen, novamente, introduzida pela China, em 1191. Suas teorias complicadas eram populares particularmente entre os membros da classe militar. As teorias centrais do Zen Budismo são de que a vida humana é repleta de sofrimento devido ao adoecimento, morte e da perda dos entes amados. Ao livrar-se de desejos e apegos, pode-se alcançar um estado de iluminação, e escapar do sofrimento e do ciclo da reencarnação. Diz-se que é possível alcançar a auto-iluminação através da meditação e da auto-disciplina - algumas vezes é chamada de religião, outras vezes, de filosofia.

    Historicamente, o Zen Budismo origina-se dos ensinamentos de Siddhartha Gautama. Este nasceu no século 6 AC, e era um rico príncipe onde hoje é a Índia. Aos 29 anos de idade, muito afetado com o sofrimento que via à sua volta, renunciou à sua vida privilegiada, deixou sua esposa e filho e partiu em busca da compreensão. Após 6 anos esforçando-se como cético, ele alcançou a iluminação. Passou a acreditar que tudo é sujeito a mudanças, e que o sofrimento e o descontentamento são resultado do apego a coisas e circunstâncias as quais, por natureza, não são permanentes. Ele sentiu que, ao livrar-se desses apegos, incluindo o apego à falsa noção do eu, ou ego, pode-se ficar livre do sofrimento. Após isto, ele ficou conhecido como o Buddha (que significa algo como "aquele que está ciente").
    A disciplina e abordagem prática do Zen tornou-o o Budismo da classe militar medieval japonesa. Monges Zen ocupavam posições influentes na política, e tornaram-se ativos na vida literária e artística. Mosteiros Zen, principalmente os principais templos de Kyoto e Kamakura, eram centros educacionais, bem como religiosos.

    A influência Zen na cultura japonesa alcançou diversos campos, incluindo a poesia, caligrafia, pintura, cerimônias do chá, arranjos florais, e projetos paisagísticos (particularmente os distintos jardins de pedra e areia dos templos). A popularidade do Zen japonês declinou durante os séculos 16 e 17, mas suas formas tradicionais foram reavivadas por Hakuin (1686-1769), de quem todos os mestres Rinzai de hoje traçam sua descendência. O Zen Budismo foi introduzido no Ocidente pelas escrituras de D.T. Suzuki, e o interesse na prática da meditação Zen floresceu após a Segunda Guerra Mundial, resultando na fundação de centros Zen por todo o mundo.
    O Budismo, sob suas várias facetas, desempenha um grande papel na vida de muitos japoneses, mas as instituições budistas têm sido freqüentemente atacadas, mais recentemente nos primeiros anos do período Meiji, quando os novos líderes favoreceram o Shintoísmo como a nova religião do estado, e tentaram separá-lo e emancipá-lo do Budismo. Os funerais no Japão são geralmente realizados de forma budista, e muitos lares também possuem um pequeno altar a fim de recordar seus ancestrais.

    fonte:
    http://www.yamasa.org/acjs/network/portugues/newsletter/things_japanese_20.html
    http://www.ibiblio.org/zen/faq.html 

    http://www.zenguide.com

    http://www.japan-guide.com/e/e2055.html