sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Período Sengoku: o país em guerra


戦国時代, sengoku jidai
O Japão mergulha num sangrento período de guerra civil. Nunca os samurais foram tão úteis e necessários. E é com a espada que três grandes generais tentam unificar o país

No início do século 14, o xogunato de Kamakura estava irremediavelmente em crise. Os esforços de guerra para impedir a invasão do arquipélago japonês pelos mongóis, em 1274 e 1281, haviam exaurido os recursos do governo militar. Além disso, entre os súditos do clã Hojo, que então controlava o xogunato, havia um clima de crescente ressentimento, pois muitos acreditavam não terem sido devidamente recompensados por ajudar a deter os mongóis. Tirando proveito do ambiente de insatisfação, o imperador Godaigo tentou restaurar seu poder. Em 1333, com a ajuda do general Ashikaga Takauji, um samurai descendente do clã Minamoto, ele derrubou o xogunato de Kamakura. Mas a alegria de Godaigo não durou.




Em 1338, o próprio Takauji resolveu tomar as rédeas do governo. Indicou um novo imperador, assumiu o título de xogum e instalou a nova capital do país em Kyoto. Era o início do chamado Período Muromachi – em alusão ao nome do distrito em Kyoto onde Ashikaga construiu a sede de seu governo.

O xogunato da família Ashikaga duraria pouco mais de dois séculos (até 1573), mas sem o mesmo poder do bakufu de Kamakura. A autoridade central estava desmantelada, criando um vácuo de poder que permitiu o surgimento de diversos senhores feudais regionais, os daimiôs. Embora formalmente subordinados ao xogum, esses daimiôs (que significa literalmente “grande nome”) tinham poder quase ilimitado em seus domínios. Em meados do século 15, havia cerca de 260 daimiôs no Japão – o que, na prática, significava a existência de 260 estados, cada qual com seu exército e alguns até com moeda própria.

Em 1467, a disputa em torno da sucessão do xogum entre dois dos clãs mais influentes da época, os Hosokawa e os Yamana, deu início à Guerra de Onin. Os confrontos arrastaram-se por dez anos, causaram milhares de mortos e deixaram a cidade de Kyoto arrasada. Foi apenas o prelúdio de um longo período de guerra civil que envolveria vários daimiôs, que disputavam territórios e tentavam aumentar sua esfera de influência. Esse período de caos e desordem duraria pouco mais de um século e ficaria conhecido como Período Sengoku – a Era dos Estados em Guerra. Foi a época de ouro dos samurais. Nunca eles foram tão úteis e necessários. Afinal, a disputa entre os daimiôs rivais era decidida pela força da espada.

A espada era a lei
Nesse período da lei do mais forte, sobressaíram principalmente três personagens: Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu. Eles seriam os principais responsáveis pela reunificação do Japão, restabelecendo o poder em uma autoridade central. O primeiro homem a tentar recolocar o Japão sob comando centralizado foi Oda Nobunaga, daimiô da província de Owari (atual Nagoya). Não por acaso, o selo de seu clã continha a inscrição Tenkafubu, que pode ser livremente traduzida como “todo o Japão sob uma única espada”.

A fama de Nobunaga começou a se espalhar em 1560, quando ele tinha 26 anos. Liderando 3 mil samurais, ele derrotou a tropa do clã Imagawa – que contava com 30 mil homens – na épica Batalha de Okehazama. A estratégia de Nobunaga foi atacar o inimigo de surpresa (os adversários festejavam uma vitória em outra batalha) e centrar o foco no chefe do clã rival, Imagawa Yoshimoto (que foi rapidamente capturado e decapitado, levando seus comandados a desistirem de lutar).

Nobunaga foi o primeiro general japonês a aprender a usar eficientemente as armas de fogo, introduzidas no Japão pelos portugueses, em 1543. Antes de Nobunaga, o uso de arcabuzes não era visto pelos japoneses como prático nos campos de batalha, já que a operação de carregar a pólvora, introduzir o projétil na arma e puxar o gatilho era muito demorada. Em vez de um único soldado cuidar de todo o processo, Nobunaga passou a usar grupos de quatro homens: o primeiro limpava a arma, o segundo a enchia de pólvora, o terceiro a municiava com a bala e o quarto concentrava-se em disparar, diminuindo o intervalo entre os tiros. Fascinado pelas coisas do Ocidente, Nobunaga adotou o cristianismo, que havia sido introduzido no Japão por missionários portugueses. Em 1571, demonstrando seu desprezo pelo budismo, Nobunaga arrasou o mosteiro do Monte Hiei, em Kyoto, que servia de base para monges guerreiros, vistos por ele como uma ameaça às suas ambições de poder. Cruel e implacável, Nobunaga ordenou o massacre de cerca de 3 mil monges e seus familiares, incluindo mulheres e crianças. A essa altura, Nobunaga controlava toda a região central do Japão e continuava a ampliar seus domínios. Mas o sonho de unificar o país sob sua espada foi interrompido em 1582, quando ele sofreu uma emboscada armada por um de seus principais oficiais, o general Akechi Mitsuhide. Não se sabe ao certo se Nobunaga foi assassinado ou se foi obrigado a cometer suicídio. Conta-se que o jovem Mori Ranmaru, adolescente que servia de criado e, segundo alguns, mantinha um relacionamento amoroso com Nobunaga, morreu junto com seu mestre.

Após a morte de Nobunaga, um de seus mais próximos auxiliares, Toyotomi Hideyoshi, agiu rápido. Matou o traidor Mitsuhide e depositou sua cabeça no túmulo de Nobunaga. Hideyoshi logo emergiu como o novo líder militar do Japão, prosseguindo o trabalho de unificação do país. Para reduzir o risco de insurreições, determinou que somente os samurais podiam portar armas. Além disso, criou barreiras para a mobilidade social, estabelecendo uma linha demarcatória nítida entre os camponeses e os soldados. Os samurais não poderiam mais cultivar a terra e passariam a viver próximos aos castelos, recebendo um “salário” em quantidade de arroz. Assim, os samurais tornavam-se uma classe permanente e suas prerrogativas seriam transmitidas de geração a geração. Na prática, Hideyoshi queria evitar o risco de que surgisse alguém como ele – um camponês que ascendeu a comandante supremo do país. Em 1591, o franzino general controlava quase todo o Japão.

Mas Hideyoshi queria mais. Sua ambição era estender o império nipônico por toda a Ásia. Em 1592, enviou 200 mil soldados para a Coréia, com o objetivo de chegar até a China. Mas as forças de Hideyoshi encontraram inesperada resistência de guerrilheiros coreanos, auxiliados por chineses. A operação foi um fiasco. Em 1597, Hideyoshi enviou nova expedição à Coréia. No ano seguinte, porém, o general caiu doente e, no leito de morte, convocou um conselho de cinco regentes – entre eles Tokugawa Ieyasu – para governar o país até que seu filho Hideyori, então com cinco anos, atingisse a maioridade. No entanto, os regentes não se entenderam e iniciaram uma luta aberta pelo poder, que culminou com a Batalha de Sekigahara, em 1600. Cerca de 160 mil samurais participaram do combate, que terminou com a vitória de Tokugawa. Essa batalha marcou o fim do Período Sengoku. Em 1603, Tokugawa foi nomeado xogum e transferiu a sede do governo para Edo (atual Tóquio). Nobunaga havia iniciado a unificação do Japão, Hideyoshi havia concluído o processo e, agora, caberia a Tokugawa desfrutar de um período de paz. Mas o novo xogum não sossegou antes de eliminar a última ameaça ao seu poder. Em 1615, atacou o Castelo de Osaka, a base de Hideyori, e obrigou-o a cometer seppuku. Nos próximos dois séculos e meio – até a Restauração Meiji, em 1868 –, Tokugawa e seus descendentes governariam o Japão de forma quase absoluta.

fonte:http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/periodo-sengoku-pais-guerra-435928.shtml

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Bandeira do Japão


A bandeira japonesa foi adotado oficialmente em 27 de fevereiro de 1870,  é oficialmente chamado Nisshoki, o que significa sol, marca de bandeira, e é também chamado de Hinomaru em que significa "círculo do sol." Apresenta um círculo vermelho em um fundo branco.
A bandeira nacional do Japão, conhecida em japonês como Nisshoki ou Hinomaru (disco solar), é uma bandeira branca com um grande disco vermelho no centro.
Reza a lenda que as suas origens se encontram no tempo das invasões mongóis do Japão no século XIII, quando o sacerdote budista Nichiren teria oferecido a bandeira do disco solar ao Imperador do Japão, que era tido como descendente da deusa do sol Amaterasu.
Na verdade, sabe-se que o símbolo do disco solar apareceu em leques transportados por samurais envolvidos nas contendas entre os clãs Taira e Minamoto.
Foi muito usado em pavilhões militares no período Sengoku ("Estados Guerreiros") dos séculos XV e XVI.
Shogunatos subsequentes estabeleceram-no como a bandeira a ser hasteada nos navios japoneses.

Bandeira do Japão
Pelo tempo da Restauração Meiji de 1868, já esta bandeira era encarada como bandeira nacional.
Embora o desenho do disco solar tenha sido oficialmente adotado em 1870 para uso nas bandeiras navais, só foi formalmente adotado como bandeira nacional em 13 de Agosto de 1999, através de um decreto que também confirmou as suas dimensões exatas.
Há uma variante bem conhecida do disco solar, com 16 raios vermelhos, que foi historicamente usada pelas forças armadas do Japão, em especial pela marinha, até ao fim da Segunda Guerra Mundial.
É hoje de novo usada como o pavilhão naval do Japão.

Descrição

A Bandeira do Japão é um retângulo com uma proporção de 2:3, embora a relação inicial da bandeira foi 7:10.

A bandeira japonesa é branca com um disco vermelho escuro no centro.
A localização do Japão é para o leste da Ásia, da direção o sol nasce, e ajudou o Japão ganhar o apelido de "Terra do Sol Nascente".
Esse apelido se reflete na bandeira da nação, o sol representado pelo disco vermelho.

Selo imperial do Japão

O selo imperial de Japão, também chamado de Seal Crisântemo ou Crisântemo Flor Seal, é um emblema ou crista usada por membros da família imperial japonesa.

Selo imperial do Japão

História

Sob a Constituição Meiji, ninguém estava autorizado a utilizar o selo imperial, exceto o imperador do Japão, que usou uma pétala 16 crisântemo com 16 pontas de uma outra linha de pétalas que mostram atrás da primeira linha. Portanto, cada membro da família imperial usou uma versão ligeiramente modificada do selo. xintoístas santuários indicaram o selo imperial ou incorporou elementos do selo em seus próprios emblemas.
Mais cedo na história japonesa, quando o Imperador Go-Daigo , que tentou quebrar o poder do shogunato de 1333, foi exilado, ele adotou 17 pétala de crisântemo para diferenciar-se de seu sucessor, o Imperador Kogon, que manteve a pétala imperial 16 no emblema.

Descrição

O símbolo é um amarelo ou laranja crisântemo com contornos pretos ou vermelhos e fundo.
Um disco central está rodeado por uma frente de um conjunto de 16 pétalas.
Um conjunto traseiro de 16 pétalas são meia escalonada em relação ao conjunto da frente e são visíveis nas bordas da flor. Um exemplo do crisântemo a ser utilizado é no crachá para a Ordem do Crisântemo.
Outros membros da Família Imperial usar uma versão com 14 pétalas individuais, enquanto um formulário com 16 pétalas simples é usado para Dieta pinos membros, ordens, passaportes, etc
O selo imperial também é utilizado nas normas da família imperial.

fonte; http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/japao/bandeira-do-japao.php



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sobre o Hakama...


Diz-se que as 7 pregas de um Hakama representam as setes virtudes do Bushido que são:
Gi - a decisão certa;
Yu - bravura;
Jin - amor universal, benevolência com a humanidade, compaixão;
Rei - ação correta, cortesia;
Makoto - sinceridade, veracidade;
Meyo - honra;
Chugi - devoção, lealdade.

Vestes

Hakama - Parece uma saia e é na verdade um tipo de calça pregueada, usada por cima de um Kimono ou um tipo de vestimenta. Hakama é usado hoje em ocasiões formais, e também usado na prática de artes marciais tradicionais como: Aikido, Kendo,  artes que ensinam o Kenjutsu e nas artes do Arco e Flecha Kyudo e Kyujutsu. Freqüentemente usado nas cores azul marinho, preto ou branco.

 Um pouco de sua História

Houve muitos tipos de Hakama durante todo período de tempo entre o primeiro documentado no século X, até seu uso nos dias de hoje. Parece que a pré forma do primeiro Hakama desenvolvido no velho Japão, por volta do ano 900, era usado tanto por homens como por mulheres. Desde a corte, a vestimenta se espalhou para outras classes, que somente modificou sua aparência.

Quanto a classe de guerreiros samurais formou-se no fim do século XII, o Hakama parecia ter sido espalhado na sociedade, os próprios samurais usavam esse tipo de calças largas quando estavam em guerra e também  fora das campanhas de batalhas, o que a denominou como “calça de cavaleiro” poderia dizer que durante a vida civil, mas o tipo de denominação não está inteiramente correto, visto que os samurais estavam sempre de plantão por toda sua vida.
O tecido aplicado na confecção do Hakama, também variou, dependendo da classe econômica da sociedade. As classes de mais poder aquisitivo podiam usar seus Hakamas de seda da melhor qualidade, enquanto as classes de baixa renda não podiam usar tal vestimenta, o tipo de roupas para eles era  no entanto do tipo mais simples.

As cores dos Hakamas variaram bastante durante sua longa história, dos escuros, das cores neutras até as brilhantes. Em diversos filmes de Akira Kurosawa podemos ver a história e o esplendor dos Hakamas. Isso até em filmes preto e branco, como Yojimbo, e os Sete Samurais, mas também nos filmes coloridos, por exemplo Kagemusha, que é bem evidente.
Muito freqüentemente, o Hakama demonstrou intrigados tecidos de padrões florais ou simbólicos, o comprimento de suas pernas também variaram durante todo período, dos mais curtos, bem acima do tornozelo, aos mais compridos que se andavam completamente escondidos dentro do Hakama.
Então levando-se em consideração todas as partes acima, entende-se que a total variação do Hakama tem sido enorme.

Parece que o Hakama original era um tipo de vestimenta para cavaleiros depois se tornou algo  "unissex”, que era usada por ambos os sexos, tenho a impressão que de forma gradual o Hakama ficou sendo predominantemente usado pelos homens. Mulheres que serviam ao grande Santuário de Ise, sempre usaram Hakama vermelho e Kimono branco, uma tradição usada até hoje. Desde o século XIX, o Hakama tem sido novamente usado entre as mulheres, pelo menos durante certas ocasiões, por exemplo quando se formam em Universidades, podem escolher entre usar Hakama ou um Kimono durante suas cerimônias de graduação, pelo menos em algumas Universidades.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

CONFECÇÃO DO KATANA, MORADA DA ALMA



Para a completa construção de uma espada e de todas as suas partes são necessárias muitas etapas que vão desde a criação do aço utilizado até a construção de sua bainha. Hoje muitos cuteleiros se especializaram em algumas etapas da criação, ou seja, um cuteleiro faz a lãmina, outro é responsável pelo polimento, outro pelo habaki e outro pela bainha, isso faz com que a espada seja o mais perfeito possível em todas as suas características.

Criação do aço - É a primeira e mais importante etapa da fabricação da espada. O tamahagane, que é o aço japonês, é feito em pequenas fundições chamadas tatara. Este aço chega ao cuteleiro em uma forma meio bruta, aonde este refina o aço até o estado desejado.

Forjar o aço - É neste estágio que a espada começa a tomar forma, o bloco de metal começa a tomar forma e chega a ser dobrado dezenas de vezes até atingir o ponto exato . Ê neste estágio que se coloca a jaqueta de metal mais duro na lãmina.

Eliminar irregularidades - O cuteleiro praticamente raspa a espada para retirar algumas imperfeições.

Hamon - Depois de retiradas quaisquer imperfeições, o cuteleiro prepara para ser usado na criação do Hamon. Nesta etapa a espada com o barro é aquecida e rapidamente resfriada. É a variação na temperatura do barro com o metal que cria os desenhos do Hamon.

Sulcos e Figuras Decorativas - Os sulcos são feitos paralelamente 'a lãmina cortante. As figuras decorativas são escavadas na lãmina e possuem temas variados como dragões, flores, deuses e e etc.

Dando Forma ao Tang e Assinando a Lãmina - O cuteleiro dá forma ao Tang e se o trabalho for considerado bom, assina seu nome no Tang. Além do mais, caso queira, poderá colocar data e outras informações.

O Polimento - O polimento pode ser considerado uma arte por si próprio, requer muita técnica e atenção. Um polimento mal feito pode estragar todo o trabalho anterior. E no polimento que a lãmina mostra toda a sua beleza, são usados diversos tipos de pedras para amolar, entre as quais várias de tamanho mínimo.

O Habaki - Após o polimento da lãmina, esta já está pronta para receber o Habaki, que é uma peça de metal decorado que é colocado como um separador entre a lãmina polida e o Tang. O Habaki, além de decorar a espada, tem a função de manter a lãmina fixa na bainha, sem deixa-la escorregar. O Habaki é muitas vezes ornamentado com ouro e cobre.

A Bainha e a Empunhadura - A bainha da espada japonesa é feita da madeira de uma árvore chamada Ho. A bainha consiste de duas peças de madeira que são talhadas internamente na forma da espada, e então unidas. Depois de unidas a bainha é polida e está pronta para ser decorada. A empunhadura também é feita do mesmo material da bainha, e além disso ela também segue a mesma forma da bainha.