sexta-feira, 26 de julho de 2013

Suio ryu,


Sistemas: iai (tandoku; kumi); kempo (odachi, kodachi, tanto, aikuchi / kaiken); naginata; jo (jo, tanjo); kogusoku (Sude; wakizashi) 
Data de fundação: período Edo (ca. 1615) 
Fundada por: Mima Yoichizaemon Kagenobu 
Presente representante / diretor: Katsuse Yoshimitsu (Kagehiro), 15 diretor/ soke 
Localizados principalmente em: Shizuoka, Tóquio, Kanagawa, Chiba


Suiō-ryū ou suiō-ryū iai kenpō, é um estilo abrangente (sogo bujutsu), contendo em seu currículo iaijutsu, kenjutsu, naginata, jojutsu, kusarigama, kumi iai (iaijutsu feito em duplas), kogusoku (técnicas de torção e arremesso) e espada curta, sendo constituído por centenas de katas.
Suas técnicas primam pela eficiência. Não há ênfase em técnicas esteticamente atraentes, mas em vencer o oponente. Por trás, entretanto, há um forte componente espiritual e filosófico, refletido em todas as técnicas do estilo.

História 
O Suio Ryu Iai Kenpo foi criado pelo Samurai Mima Yoichizaemon Kagenobu (1577-1665). Nascido na província de Dewa, desde jovem estudou o Kenjutsu do estilo Bokuden Ryu, fundado pelo famoso Samurai Tsukahara Bokuden, e também o Kongo Jo Joho, técnicas de jojutsu (arte do manejo do bastão de madeira) praticado pelos monges que habitavam as montanhas da região. 

Aos 18 anos já era famoso como um dos mais hábeis samurais da região. Foi neste ano que teve um encontro que iria mudar o rumo de seu treinamento. 
Seu pai, Mima Saigu, recebeu a visita de um amigo, famoso por sua habilidade marcial, chamado Sakurai Goroemon Naomitsu.
Sakurai era praticante do Hayashizake Ryu, sendo discípulo direto do fundador, Hayashizake Jinsuke Shigenobu (1559-1604), um dos mais importantes mestres do período Edo. Foi Hayashizake Jinsuke quem difundiu o Iaijutsu, técnicas de desembainhar a espada com velocidade em combate. A maior parte dos estilos de Iaijutsu existentes hoje teve traça sua origem até este importante mestre.

Yoichizaemon convidou o amigo de seu pai para um duelo amigável, que foi imediatamente aceito. No momento do duelo, conta-se que Yochizaemon empunhou a espada de madeira em Chudan, a postura do meio, enquanto Sakurai simplesmente deixou seu Bokuto preso no obi (faixa), com a mão direita segurando o cabo. Avançaram em direção ao outro. Yochizamon, sentindo que não tinha como atacar, recuou assumindo o kamae Jodan (postura superior). Porém, neste momento, com um movimento rápido, Sakurai sacou a espada e passando pela guarda do oponente posicionou a ponta de sua espada na frente do rosto de Yoichizaemon.

Impressionado, Yochizaemon a Sakurai que o aceitasse como discípulo. Sakurai aceitou, e nos meses seguintes passou ao jovem os princípios do Iaijutsu.

Yoichizaemon praticou com afinco até sentir que dominou completamente as técnicas de desembainhar a espada com velocidade. Partiu então para um Musha Shugyo, jornada de aprimoramento pelo Japão. Durante este período praticou com diversos mestres para aperfeiçoar sua técnica, dentre eles Destaca-se o treinamento com a Naginata (alabarda) com os monges guerreiros do monte Hiei.

Almejando alcançar a profundidade espiritual e filosófica através do treinamento, não se limitando aos aspectos físicos do treinamento, Yoichizaemon praticava também o Xintoísmo e a meditação, chegando a se isolar por longos períodos em locais sagrados. Conta-se que no vigésimo ano deste treinamento teve uma iluminação, ao ter uma visão de gaivotas brancas voando sobre a água. Após esta revelação, nomeou seu estilo Suio Ryu, ou estilo Gaivota da água. Aos 67 anos, Yoichizaemon se aposentou e passou o estilo a seu filho, Mima Yohachiro Kagenaga, que acrescentou 10 técnicas básicas introdutórias de Iaijutsu ao estilo.

O fato de Yochizaemon ter se aprofundado no uso de diversas armas deu ao Suio Ryu uma extensa gama de técnicas. O Kenjutsu e Jojutsu que aprendeu em seus primeiros anos, o Iaijutsu de Sakurai Goroemon e a Naginata dos monjes do monte Hiei estão presentes, de forma harmoniosa e consistente. Nove gerações depois foi introduzido também a Kusarigama (foice com corrente) do estilo Massaki Ryu pelo 9° Soke, Fukuhara Shinzaemon Kagenori.

Mima Yoichizaemon Kagenobu, ao longo de uma vida dedicada à alcançar a iluminação espiritual através do Budo, criou um dos estilos mais importantes do Kobudo. Seu legado é transmitido até hoje pelos seguidores de seu estilo, atualmente na 15ª geração, liderado pelo Soke Yoshimitsu Katsuse.


Soke Yoshimitsu Katsuse


fontes:
  1.  História do Suio Ryu Iai Kenpo
  2.  About Katsuse Sensei


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Hachiman , Kami dos Samurais


Wakamiya Hachiman ( 八幡神, Hachiman-jin/Yahata no kami) é um kami identificado com o lendário imperador Ojin.
Embora muitas vezes chamado de o deus da guerra, ele é mais corretamente definida como o deus tutelar dos guerreiros. Ele também é o protetor divino do Japão e dos japoneses.

O nome Hachiman significa Deus dos Oito Estandartes, referindo-se aos oito bandeiras celestiais que marcaram o nascimento do divino Imperador Ojin .
Desde os tempos antigos Hachiman era adorado por camponeses como o deus da agricultura e dos pescadores que esperavam que ele enchesse suas redes com muito peixe.

Durante todo o período medieval japonês, a adoração por Hachiman se espalhou por por todo o Japão desde os samurais até os camponeses. Tanto era sua popularidade que existem uma grande quantidade de santuários no Japão dedicados a Hachiman, a segunda mais numerosa perdendo apenas para os santuários dedicados a Inari Ōkami.  O santuário em Usa (Usa Hachiman-gu) , na Província de Oita é santuário mais importante de todos e juntamente com Iwashimizu Hachiman-gū , Hakozaki-gū e Tsurugaoka Hachiman-gu , são apontados como os principais santuários dedicados a ele.Hachiman aparece em pinturas e esculturas de várias formas, mas é mais comum vê-lo como monge. Está directamente associado à deusa xintoísta Hime-gami (Nakatsu-hime) e é normalmente tido como uma encarnação do buda Amida.


Após a chegada do budismo ao Japão, Hachiman tornou-se uma divindade sincretista, fundindo elementos da adoração kami nativa com o budismo (Shinbutsu Shugo). No panteão budista do Século VIII, ele se tornou Grande Bodisatva Hachiman (八幡大菩薩, Hachiman Daibosatsu)


Como Imperador Ojin, Hachiman era um ancestral dos Minamotos, tornando-se um kami tutelar (氏神, , ujigami) do clã samurai Minamoto . Minamoto no Yoshiie , quando teve idade para ir ao Santuário Iwashimizu em Kyoto, assumiu o nome de Hachiman Taro Yoshiie e através de seu poderio militar e de sua virtude como líder, era considerado e respeitado como o ideal samurai através dos tempos. Depois que Minamoto no Yoritomo tornou-se shogun e estabeleceu o shogunato Kamakura , a popularidade Hachiman cresceu e tornou-se, por extensão, o protetor da classe guerreira que o shogun trouxera ao poder. Por esta razão, o shintai de um Santuário Hachiman é geralmente um estribo ou uma curva .

Durante todo o período medieval japonês, a adoração de Hachiman espalhou-se por todo o Japão não só entre os samurais , mas também no campesinato.
O Brasão de Hachiman é um tomoe , um círculo com três vórtices girando à direita ou à esquerda. Os Clãs samurais usam muito esse brasão como se fosse sua, ironicamente, incluindo alguns que traçam sua ancestralidade até os inimigo mortais dos Minamoto, como era o caso do Clã Taira da linha do Imperador Kammu (Kammu Heishi).






estatua de Hachiman em Chōsokabe Motochika,

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Breve histórico do Hyoho Niten Ichi Ryu


História do estilo,

A linhagem do Hyoho Niten Ichi Ryu que seguimos foi iniciada pelo famoso samurai Miyamoto Musashi(1584-1645) e transmitida a um de seus principais discípulos, Terao Kyumanosuke Nobuyuki. Hoje, 12 gerações de discípulos depois, é praticado numa linhagem direta e ininterrupta, atualmente representada pelos mestres Gosho Motoharu e seu filho e sucessor, Yoshimochi Kiyoshi (12° sucessor do estilo).

Desde a nona geração o estilo se encontra sediado na cidade de Usa, prefeitura de Oita, Japão. O estilo chegou à cidade trazido pelos mestres Kiyonaga Tadanao e Gosho Motoharu, discípulos do oitavo Soke Aoki Kikuo.

Aoki Soke, era também sucessor do estilo Sekiguchi Ryu, de Iaijutsu. Gosho sensei foi um de seus mais próximos discípulos e, em 1955, recebeu do mestre o Menkyo Kaiden (graduação máxima ) no Niten Ichi Ryu e no Sekiguchi Ryu.

Mais tarde, em 1961, Gosho Sensei recebeu de seu mestre a nomeação de Shihan e Soke Daiken (sucessor adjunto) da 9ª geração do Hyoho Niten Ichi Ryu e do Sekiguchi Ryu. Kiyonaga Tadanao tornou-se o 9° Soke. Outro díscípulo, Yonehara Kameo, foi escolhido como 15° soke do Sekiguchi Ryu.

Em 1976, o Soke Kiyonaga faleceu repentinamente sem deixar um sucessor designado. Enquanto um sucessor não era escolhido, o Shihan Gosho Motoharu ficou responsável pelo estilo. Após oito meses, a família do Soke Kiyonaga designou postumamente como 10° Soke Imai Massayuke, um discípulo do estilo que iniciara tempos antes. O Shihan Gosho Motoharu continuou como responsável técnico para transmitir o estilo ao 10° Soke e aos demais discípulos.

Nos anos seguintes o Shihan Gosho Motoharu passou o conteúdo do estilo para Imai Soke e Kiyonaga Fumiya, o filho do nono Soke e próximo sucessor. Posteriormente, Imai Soke promoveu uma mudança nas técnicas do estilo, se distanciando do que fora praticado até então. O shihan Gosho Motoharu continuou ensinando o Hyoho Niten Ichi Ryu original a seu filho, Yoshimochi Kiyoshi, e outros discípulos, preservando a forma do estilo tal como passada por Aoki Soke. Em 1999 o mestre Gosho certificou Yoshimochi Sensei com o Menkyo Kaiden, atestando a passagem total dos ensinamentos do estilo.

Em 2003, Imai Massayuke decidiu terminar o uso do título Soke no estilo e ter três sucessores de 11ª geração chamados Daijuichi. Além do mestre Kiyonaga Fumiya, havia um representante de outra parte do Japão e um de Taiwan. Foram feitas duas cerimônias de passagem do estilo no Japão, onde a principal relíquia do estilo, o Bokuto de Musashi Sensei, foi passado simbolicamente para os sucessores. O Bokuto se encontra agora em posse do santuário da cidade de Usa e está disponível para os sucessores de 11ª e 12ª geração por períodos limitados de tempo, devendo depois retornar ao templo.

Em 2004, o mestre Kiyonaga Fumiya, o mais representativo dos 3 sucessores, faleceu. Seus discípulos, do Japão e do Brasil, solicitaram ao Shihan Gosho Motoharu que assumisse novamente a liderança do grupo, retomando a forma original do estilo.


De 2005 à 2007, o estilo permaneceu vivo em Oita na linhagem familiar do Shihan Gosho Motoharu, chamada Gosho Ha Hyoho Niten Ichi Ryu. Em 2007, a Federação de Kendo de Oita solicitou formalmente ao Gosho Sensei e à família Kiyonaga que restabelecessem a linha Seito (principal) do estilo em Oita. A família Kiyonaga declarou Yoshimochi Kiyoshi, filho de Gosho Sensei, e seu sucessor no Gosho Ha Hyoho Niten Ichi Ryu, como Junidai (12° sucessor) do Seito Hyoho Niten Ichi Ryu, seguindo a linhagem de Kiyonaga Fumiya.

Desta forma as duas linhas de estilos (Gosho Ha e Seito) foram reunificadas sob a liderança de Yoshimochi Kyoshi sensei, 12° sucessor. Desta forma, a transmissão de Menkyo Kaiden, interrompida na 10ª geração, foi então restabelecida.

Os Mestres Gosho Motoharu e Yoshimochi Kiyoshi continuam, hoje, representando o Niten Ichi Ryu e o Sekiguchi Ryu no Japão e o ensinando da forma que chegou ao século passado com Aoki Soke.




fonte:  http://www.niten.org.br/historia-niten-ichi-ryu.htm

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Tomizo Ishida Sensei - Katana Kaji - Mestre Forjador de Espadas Japonesas.



A origem de um Katana Kaji, Mestre Forjador.
Tomizo Ishida Sensei pode ser considerado o mais criativo e inovador dos artesãos japoneses que produziram katana no Brasil. Nasceu em Gumma, próximo a Tóquio, em 24 de novembro de 1924, tendo chegado ao Brasil com seus pais em 1933, para trabalhar em uma fazenda de Mirandópolis, São Paulo.
Desde sua infância, Tomizo Ishida Sensei teve fascinação por espadas japonesas, embora não descendesse de uma família de "espadeiros".

Em 1949, aos 25 anos, Tomizo Ishida Sensei resolveu vir para a cidade de Mairiporã (a 50 km da capital paulista). Poucos anos depois tornou-se relojoeiro e ourives, abrindo seu próprio negócio.
Apenas em 1962 que Ishida Sensei decidiu se iniciar na produção de espadas japonesas. Foi de forma amadora que começou a produzir exemplares de katana, wakisashi e tatchi, baseando-se apenas em livros que parentes do Japão lhe enviavam. Posteriormente, teve contato prático com Oda Sensei e Oura Sensei, renomados artífices de espadas japonesas no Brasil.
Ao longo dos anos, Ishida Sensei se tornaria conhecido não só por forjar boas katana, mas também por produzir furnituras tais como tsuba, fuchi, kashira, menuki e saia, itens que naquele momento eram considerados os mais aprimorados dentre os oferecidos pelos mestres espadeiros japoneses radicados no Brasil.

Tomizo Ishida Sensei foi, desde o início de sua atividade de katanakaji (forjador de katana), inovador em suas criações, tendo desenvolvido um método próprio de trabalho, interpretando as clássicas espadas japonesas e adaptando-as ao seu estilo e experiência pessoal como praticante de Iai Do (estilo de esgrima japonesa, bastante diferente do Kendo conforme o conhecemos hoje, que se caracteriza pelo saque preciso, rápido e fulminante). Assim, a maioria das criações de Ishida Sensei fugiu de algumas regras convencionais e ortodoxas que essas clássicas espadas têm. Entre as mudanças destacam-se:
O orifício da passagem do pino (mekugi-ana) que trava a lâmina é sempre colocado um pouco mais para trás do que o habitual. Dentro da geometria de suas katana, Ishida Sensei entendia que isto as travava melhor e de forma mais "sólida".

A espessura da lâmina é levemente menor e a largura pouco maior do que os padrões tradicionais, tendo em vista o entendimento de que os aços modernos são naturalmente de melhor qualidade, e que tudo isso proporcionaria um equilíbrio mais adequado ao sabre.
A linha de têmpera é mais alta do que a convencional. Alguns katanakaji modernos do Japão também adotaram essa técnica a partir de 1960, quando lá reiniciou-se oficialmente a produção de espadas; com isso, eventuais pequenos "dentes" da lâmina poderão ser retirados no re-polimento sem diminuição consistente da área temperada.
Em algumas criações especiais ou para uso pessoal, o primeiro seppa (espaçador), aquele na junção entre a empunhadura e a tsuba, é em couro laqueado. Segundo Ishida Sensei, o objetivo é amortecer mais as vibrações ocasionadas por golpes, que, de outra forma, seriam forçosamente passadas às mãos do espadachim.




A técnica de forja de Ishida Sensei.
Assim como Kunio Oda, Ishida Sensei forjava suas espadas na técnica maru-gitae inicialmente usando aço carbono 1045, posteriormente passando ao aço do tipo RCC (designação comercial; equivalente ao atual VC-130) por seu maior conteúdo de carbono.
A criatividade de Ishida também podia ser observada no hamon de suas katana, pois o artesão o produzia em 3 (três) tipos: 
- gunome (sucessão de picos irregulares)
- notare (ondas) 
suguha (quase reto)

Nas furnituras que decidiu produzir, a preferência de Ishida recaiu naquelas de "estilo primitivo", rústicas mas muito robustas, a maioria sendo fundidas a partir de moldes que o próprio artesão, como ourives que era. A marcante preferência do artesão por motivos de dragões era revelada nas kashira (pomos) e nos menuki. Os fuchi (calços) com a figura de um sábio japonês lendo escrituras sagradas foram uma constante a partir do final da década de 1970.

Por ser praticante de Iaido do estilo Shinto Ryu (mesmo estilo praticado pelo Mestre Akira Tsukimoto), Ishida Sensei desenvolveu especial predileção pela manufatura de uchigatana (literalmente, espadas de combate), com lâmina de comprimento entre 53 e 62 cm, e é neste tipo que encontram-se algumas de suas mais refinadas criações.
Para seus uchigatana, Ishida Sensei chegou a desenvolver um tsuba próprio, inspirado num original muito antigo, o qual acabou tornando-se uma das preferidas da clientela. Embora obtida por boa fundição, os detalhados desenhos de flores, folhas, bambus (que por vezes tornavam-se feixes de palha) e a rede de pesca vazada em cerca de 50% de sua área exigiam do artesão demorado e detalhado trabalho de retoque.
Seus habaki (ou colarinhos da lâmina) são sempre de cobre, lisos, imediatamente reconhecidos por generosa espessura e um pronunciado chanfrado na parte dianteira, para facilitar sua entrada na bainha.
Ishida Sensei usou tanto same (pele de arraia) importado quanto nacional e era relativamente freqüente o artesão tratar os de granulação fina com laca dourada em técnica similar a usada no Japão feudal para montagens de alto luxo, o que lhes concedia uma aparência mais destacada. Entretanto, Ishida Sensei apenas usou fitas importadas, de seda ou algodão, mas a maioria na cor negra.
A quase totalidade das criações de Ishida apresenta montagens completas, do tipo bukezukuri (literalmente, ao modo da casa dos samurais).
Ao contrário das saia (bainhas) da fase inicial, só negras, pintadas, criações das fases intermediárias (a partir de 1978) e final as apresentam em lacas de cores variadas, mas com nítida preferência pela aplicação de grânulos pequenos e esparsos de purpurina multicolorida, também como algumas originais antigas de alto luxo.
Ishida Sensei apenas assinou criações cuja lâmina tivesse o desenho de um detalhado dragão numa das faces, lavração que ele mesmo executava a buril. Na maioria das demais criações, usou marcas de lima do tipo katte-sagari (levemente inclinadas), nos nakago cujas formas eram, na maioria dos casos, comuns (futsu), com cortes terminais em "V" irregular (iri-yamagata) ou em linha reta (kiri).



Reconhecimento do Forjador Mestre Espadeiro.
Yoshisuke Oura considerava Ishida Sensei como um discípulo forjador e o tratava com respeito, sendo também freqüentes os cumprimentos pela alta qualidade de suas bainhas e o desenvolvimento de furnituras elaboradas. Quando Oura faleceu em 2000, uma das coisas que legou a seu filho Haruo foi um conjunto de 3 tsuba especialmente confeccionadas por Ishida Sensei e que dele havia ganho.
Em 1988, com as comemorações oficiais dos 80 anos da imigração japonesa para o Brasil, Ishida foi comissionado pelos organizadores das festividades para confeccionar uma espada alusiva ao fato. O artesão forjou então uma soberba lâmina e para ela projetou uma montagem totalmente executada em bambu e com fitas de couro, como algumas raríssimas originais pós 1860. Essa inusitada criação, Nagasa de 78 cm, foi exposta durante boa parte daquele ano no famoso Bunkyo da Associação Cultural Japonesa, no bairro da Liberdade.
Em 1991, ele e sua esposa foram agraciados pela sociedade japonesa no Brasil com os títulos de comendadores grã-cruz por sua contribuição às artes nipônicas no Brasil.
Em sua primeira fase, produziu cerca de 350 espadas e informou que de tanto forjar lâminas durante longos períodos sem interrupção comprometeu muito a audição de um dos ouvidos. O artesão teve 3 filhos homens, mas nenhum seguiu seu ofício.
A partir do final da década de 1980, Tomizo Ishida Sensei diminuiu muito a produção das katana, vindo a encerrá-la oficialmente em 1992. Entretanto, a partir do final de 2004, felizmente, Ishida Sensei retomou a produção de espadas em edição limitada de suas famosas katana.




Ishida sensei atualmente é considerado pelo governo japonês um tesouro nacional fora do Japão.




Fonte :http://ishida.atipico.com.br