quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Naguinata

A Naginata é uma alabarda de aproximadamente 2 metros, usada intensamente no Japão feudal pelos samurais.

Existem três teorias aceitas a respeito da origem desta arma:
A Naginata teria evoluído a partir de instrumentos agrícolas usados pelos agricultores niponicos ainda em 300 a.c.
Outra teoria situa a origem em 200 d.c. como uma criação japonesa, feita inicialmente de bronze e posteriormente de aço.
A teoria mais aceita também situa a origem da naginata no início no século III, mas introduzida por chineses. A popularidade desta teoria deve-se semelhança entre a naginata e armas chinesas daquele período.

Os monges guerreiros (os Sohei e  os Yamabushi), foram os primeiros a utilizar essa arma no Japão, a fim de assegurar a proteção dos santuários contra os bandidos.

Estes famosos YamaBushi (guerreiros da montanha) e Sohei viviam nas encostas das montanhas japonesas. 
Eles eram organizados em ordem militares, como os Templários ocidentais, afim de assegurar a proteção dos santuários contra os bandidos. Tais monges foram combatentes formidáveis, alcançando muito cedo altos lugares nas Artes Marciais, reputados em todo Japão, tanto que muitos samurais iam até seus monastérios para se instruírem e aperfeiçoarem.

O cérebre monge Musashibo Benkei, companheiro do herói mais popular da história japonesa, Yoshitsune, entrou para a lenda com seu Naguinata na mão, tendo vencido mais de mil adversários. Um outro monge, do século XII, Tajima – "o Cortador de Flechas", atravessou, são e salvo, uma ponte varrida por flechas voadoras, ceifando-as com seu Naginata.
A menção mais antiga aparece no Kojiki, o mais antigo relato do Japão e em pinturas de batalha de Tengyo no ran, em 980 d.c. Muitos destes relatos anteriores da naginata associam o uso da naginata com monges Sohei. Usada especialmente contra a cavalaria, seu alcance e sua capacidade de corte serviam para inutilizar os cavalos a uma distância segura. Depois de derrubados, os cavaleiros eram abatidos. 

A popularização veio após 1000 d.C. O sune-ate, a parte da armadura que protege as pernas, surgiu como nesta época, como uma proteção contra o alcance da Naginata, que permitia ataques nesta região.

Assim como a espada, nesta época surgiram diversos estilos (ryus) de Naginata, muitos existentes ainda em nossos dias.

No Sengoku Jidai (período de mais de 100 anos de guerras civis entre os séculos XV e XVII), a naginata gradualmente substituida nos campos de batalha pela yari (lança).

A chegada da arma de fogo em meados do século XVII modificou muito a forma das batalhas no Japão. O contigente montado nas batalhas (a naginata era a principal arma contra a cavalaria), dimunuiu drasticamente com o advento dos mosquetes. Conforme o Sengoku Jidai se desenrolava, os exércitos iam tornando-se mais numerosos, com a polarização do poder nas mãos de poderosos senhores feudais (Daimyos).

Neste cenário, Yari, as lanças traziam vantagens, pois sua fabricação era mais simples e barata, e treinar um lanceiro mais rápido.


Com o início da era Tokugawa (1603-1868) e com o advento da paz, as batalhas se tornaram raras até cessarem por completo. A naginata passou a ter um papel na proteção doméstica e se popularizou também entre as mulheres. O uso da Naginata fazia parte da educação das garotas japonesas desta época. 

Com o aparecimento das armas de fogo, o Naginata deixou de ser utilizado nos combates, mas manteve seu lugar de honra nas casas aristocráticas, onde era usado pelas esposas e filhas dos samurais na defesa os seus lares. 

Existe uma teoria que atribui a popularização da Naginata entre as mulheres ao fato de as Naginatas terem sido deixadas nos lares após seu declíneo nos campos de batalha, ficando muitas vezes como ornamentos nas casas samurais. As mulheres Samurais teriam, de acordo com esta teroria, começado a praticar com a arma em seu tempo livre, visando estarem preparadas para defenderem o lar na época das guerras, quando os homens estivessem ausentes. 

Entre 1603 e 1867 – período Edo, o Naginata foi praticado pelas esposas e filhas dos samurais, não somente para auto-defesa, mas como um método de treinamento moral. A arma tornou-se decorativa, com fino acabamento em laca dourada, e era levada como dote pelas noivas aristocráticas.
É até hoje no Japão a primeira Arte Marcial feminina.


Durante a Era Meiji – 1868 – 1912, o Naguinata foi praticado com caráter de desenvolvimento pessoal – Budô, ou militar – Bujutsu. Foi também introduzido no currículo das escolas públicas, como disciplina escolar.

As primeiras associações para a prática do Naguinata formaram-se a partir de 1950, congregando mais de 15 estilos diferentes. 
Em 1953 foi instituída a ZEN NIPPON NAGINATA RENMEI - Confederação Japonesa de Naguinata, que regulamentou o estilo oficial dessa arte, reunindo as técnicas dos diversos estilos existentes. 

Os estilos mais conhecidos de Naguinata atualmente são o Tendô Ryu e o Jiki Shinkague Ryu
Em 1990 foi criada a International Naginata Federation – I.N.F., que congrega vários países e está divida em três seções : Japão, Europa e Américas. 
No Japão o Naguinata é regido pela All Japan Naginata Federation.




fonte: http://www.naguinata.com.br/historia.asp e  Enciclopédia dos Samurais -Stephen Turnbull

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